O Rio Grande do Norte registrou o um caso de cavalo infectado com protozoário causador da doença de Chagas. É o primeiro caso de um protozoário trypanosoma cruzi, identificado em um cavalo no Brasil.
O estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte ajuda a entender o ciclo da transmissão da doença para humanos. O caso do protozoário encontrado no cavalo é um dos primeiros descritos no mundo, mas não se sabe ainda se o equino pode infectar o inseto que transmite a doença para o homem.
A pesquisa de doutorado do médico-veterinário, Vicente de Araújo Neto, foi submetida para publicação e também descreve a infecção, pela primeira vez, em caprinos e ovinos no Rio Grande do Norte.
O inseto transmissor, o barbeiro, se infecta em contato com animais silvestres, por isso a importância de identificar os “reservatórios” da doença, ou seja, animais que podem transmiti-lo para o inseto.
De acordo com o pesquisador, o mapeamento desses animais permite direcionar o combate ao barbeiro. Se o aparecimento de animais infectados for monitorado, será possível prever e combater novos surtos em humanos.
Doença
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de sete milhões de pessoas estão infectadas pelo parasita causador da doença de Chagas, além de 75 milhões de outras pessoas, que correm risco de contaminação.
A transmissão da doença que afeta o coração e o sistema digestivo, na fase crítica, acontece pelo contato com as fezes do inseto barbeiro ou pela ingestão de alimento contaminado. Se o inseto for encontrado, a orientação é acionar equipes da Vigilância de Saúde.
De acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, em 2020, foi criada uma portaria que torna obrigatória a notificação de casos da doença, porém, ela ainda precisa ser implementada.