Em meio a um cenário crítico de queimadas no interior de São Paulo, 48 municípios permanecem em alerta máximo devido ao risco de novos focos de incêndio. No programa Rural Notícias, o presidente do sindicato rural de Monte Aprazível, Antônio Ginack Júnior, compartilhou sua experiência ao testemunhar um incêndio devastador neste final de semana.
“Estava na propriedade cuidando da cana para os animais quando vi uma nuvem de fumaça a cerca de 2 km. Corri para ver o que estava acontecendo e acionei os bombeiros“, relatou Ginack. Ele explicou que o incêndio começou no sábado à tarde e se espalhou rapidamente devido ao vento forte. “O fogo saltava de dois a cinco metros de um lugar para outro, era impossível controlar“, disse.
Embora os bombeiros e as usinas tenham conseguido proteger algumas áreas e retirar os animais de maior risco, a destruição foi significativa. “Não houve como salvar as matas e parte da fauna silvestre foi perdida. Nas áreas de pastagem, felizmente, poucos animais foram afetados, já que conseguimos levá-los para o curral“, explicou.
O clima seco e a vegetação vulnerável agravaram a situação, tornando o ar irrespirável e os danos à flora ainda mais severos. “Foi desesperador, com o ar pesado de fumaça. Até respirar era difícil“, afirmou Antônio Ginack Júnior.
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Segundo ele, a região predominante de cana-de-açúcar e seringueiras foi duramente afetada. “As seringueiras, que acabaram de perder suas folhas, foram particularmente impactadas. O fogo queimou ao redor das árvores e provavelmente afetará a copa, o que pode levar à morte dessas árvores que levam de 7 a 10 anos para produzir.”
Apesar do cenário desolador, Ginack mencionou que uma “intervenção divina” trouxe alívio à região. “Choveu de 12 a 17 mm, o que ajudou a melhorar a qualidade do ar e a controlar os focos remanescentes de incêndio. Foi uma bênção“, concluiu.
O presidente do Sindicato Rural de Monte Aprazível reforçou a necessidade de vigilância constante e a importância de medidas preventivas para evitar novos incêndios na região.
