O Brasil enfrenta um ano de intensos incêndios florestais, com mais de 5.700 focos de incêndio registrados recentemente, segundo dados do sistema BD Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este ano, o fogo tem se comportado de maneira diferente: chegou mais cedo, com maior intensidade e está resistindo por mais tempo. A situação se torna mais crítica em estados como Pará, Mato Grosso e Tocantins, que lideram em número de ocorrências.
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Em uma entrevista ao programa “Mercado & Companhia”, Márcio Yule, coordenador do Prevfogo em Mato Grosso do Sul, detalhou as principais dificuldades enfrentadas pelos brigadistas no combate aos incêndios florestais. Ele destacou que o trabalho tem sido árduo e contínuo, especialmente devido à antecipação dos incêndios que começaram em junho, bem antes do período típico.
Principais desafios no combate aos incêndios
Márcio Yule explicou que as principais dificuldades estão relacionadas ao acesso às áreas afetadas e ao comportamento extremo do fogo, exacerbado pela seca prolongada, altas temperaturas e baixa umidade do ar. “O Pantanal, por exemplo, está em um período de seca desde outubro do ano passado, e tivemos quatro ondas de calor em 2023. A má distribuição das chuvas no início deste ano agravou ainda mais a situação”, afirmou Yule. Essas condições criam um ambiente ideal para que qualquer fagulha possa iniciar um incêndio de grandes proporções, dificultando o controle, mesmo com o uso de recursos avançados, como aviões de combate a incêndios.
Impacto ambiental e prejuízos econômicos
Os prejuízos causados pelos incêndios são imensos, afetando tanto a flora quanto a fauna local. Em 2020, por exemplo, estima-se que cerca de 17 milhões de vertebrados morreram em um dos maiores incêndios já registrados no Pantanal. Este ano, os danos continuam a ser significativos, com áreas de refúgio de animais como a onça-pintada sendo devastadas pelo fogo. Além do impacto ecológico, há também um prejuízo econômico substancial, que inclui perdas para a pecuária, destruição de cercas e uma queda no turismo em áreas afetadas.
Como os moradores podem apoiar o combate aos incêndios?
Yule enfatizou a importância da conscientização e do apoio da população local no combate ao fogo. Os moradores das regiões atingidas podem ajudar evitando ações que possam iniciar incêndios e apoiando os brigadistas com informações e recursos. “A conscientização das pessoas é fundamental, assim como a implementação da política nacional do manejo integrado de fogo, que promove o manejo controlado do combustível florestal seco antes do período crítico“, explicou Yule.