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TRATAMENTO

Jabuti recebe roupa especial para se recuperar de queimadura grave

Proteção foi desenvolvida com resina sintética e auxilia na cicatrização de queimadura causada por calor excessivo

jabuti ganha roupa especial para curar queimadura
Foto: HVU

Um jabuti fêmea, que possivelmente vivia em uma área atingida por incêndio, ganhou atenção especial no Hospital Veterinário da Uniube (HVU), em Uberaba (MG). Encontrada pela Polícia Ambiental, Jenny, como foi apelidada, passou por uma avaliação clínica e acabou ganhando uma roupa para que ela se recuperasse de possíveis queimaduras.

Ao examinar Jenny, a equipe do hospital notou a ausência de algumas placas da carapaça, indicando possíveis queimaduras causadas pelo calor excessivo, proveniente de um incêndio. Daí tratou de desenvolver uma proteção para o animal, que tem cerca de 20 anos.

A roupa provisória é inédita no país. Foi desenvolvida com uma resina sintética que protege o animal durante o processo de cicatrização, conta o gerente clínico do HVU e responsável pelo setor de Animais Silvestres, professor Cláudio Yudi Kanayama.

“Devido à extensão das queimaduras, ainda ocorre a soltura das placas córneas, um processo relativamente prolongado para répteis. A proteção provisória, feita de gesso sintético, similar ao utilizado em casos de fraturas em membros de humanos e animais domésticos, permite a observação diária, aplicação de tratamentos tópicos e a posterior remoção das placas mortas”, relata Kanayama.

A médica-veterinária Lara Bernardes Bizinoto conta que, após a cicatrização, a “roupa provisória” será substituída por uma resina confeccionada em impressora 3D, com a colaboração dos alunos do curso de Medicina Veterinária.

Ameaças ao jabuti

O termo “jabuti” refere-se a espécies terrestres nativas do Brasil que enfrentam desafios como perda de habitat, caça ilegal, comércio de animais, mordeduras de cães, traumas por veículos e queimaduras, motivos de resgate pela Polícia Ambiental e recolhimento ao HVU.

“Após a recuperação e tratamento, Jenny será encaminhada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetras), mantido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Este é um passo crucial para sua reintrodução ao ambiente natural, contribuindo para a preservação dessas espécies vulneráveis em Minas Gerais”, conta Kanayama.


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