No Paraná, as expectativas são para condições climáticas mais favoráveis para o bom andamento das cadeias produtivas da agropecuária. O avanço de políticas públicas na agricultura familiar, estabilidade na receita para os produtores, maior competitividade, abertura de novos mercados, impulsionamento operacional e tecnológico e alívio nos custos de produção são outros tópicos ressaltados por personagens que movimentam o setor.
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O caminho em 2023 é de continuidade. A esperança agora é de mais abertura de margem na relação entre custos e preços, a tão desejada estabilidade. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná enfatiza que o agronegócio é o único setor da economia onde há relevância competitiva no mundo com tamanho e qualidade para tal. Por isso, o planejamento estratégico para uma boa safra já está estabelecido pelo produtor. O novo ano deve chegar com novos investimentos, incentivos e estímulos para o crescimento do agro paranaense.
“Todo empenho para transformação, agregação de valor para o produtor brasileiro participar mais do preço final, mas sem fechar a porta para a exportação de grãos como uma válvula de escape para aqueles que têm apenas o grão como uma atividade agrícola para não comer na mão de ninguém”, diz Norberto Ortigara, secretário de Agricultura do Paraná. “Vislumbramos como um ano que pode ter aí uma grande safra, uma boa produção, buscar fazer mais e melhor com menos, estar adequado do ponto de vista ambiental para mostrar de fato como nós temos um setor que trabalha com sustentabilidade.”
Agricultura familiar no Paraná
A expectativa no segmento da agricultura familiar é de evolução nas políticas públicas que dão garantias de manutenção e condição de produção para o segmento que, na sua maioria, depende desses programas.
“Que o Plano Safra seja mais generoso. Nós precisamos começar a equalizar isso, dar melhores condições através das políticas públicas do que é oferecido pelo governo”, afirma Marcos Brambilla, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado do Paraná. “Nossa expectativa tanto do governo federal quanto o governo do estado é que se tenham um olhar em especial àqueles que produzem nossos alimentos”, prossegue o dirigente.
“Eu tenho na verdade uma câmera fria que é de produto de investimento. O Pronaf de investimento. Faz a feira, vende de porta em porta e a gente vai segurando o dinheiro pra gente ir investindo na propriedade. Então é o jeito que a gente faz, né? Entrega para a merenda escolar, para o município e para o estado, e vende na feira do agricultor. A gente está com expectativa grande para 2023 já também”, observa a agricultora familiar Evanilda Rogetski.
Safra para este ano
A safra de verão de grãos do atual ciclo 22/23 no Paraná deve fechar em mais de 25 milhões de toneladas. Com a segunda safra ainda para iniciar, a estimativa do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) indica possibilidade de aumento de produção em relação a safra cheia da temporada 21/22, que totalizou 33,764 milhões de toneladas.
“A questão aí de produtividade tende a ser maior nesta safra, em termos de preço também a gente acredita que os preços tendem a ser bons. A safra foi bem plantada e a expectativa de campo é que os preços se mantenham bons. A gente tem uma safra de soja grande é uma commodity tem alta liquidez, no caso do milho é a mesma coisa, o consumo de milho ele tem aumentado muito internamente”, pontua Marcelo Garrido, chefe do Deral. “A gente teve além do consumo interno um grande volume de milho exportado no Brasil. Temos um caminho longo pela frente ainda, a colheita de soja, o pico dela geralmente é em março, mas a expectativa é boa.”
As questões climáticas
A volatilidade cambial, as condições climáticas e o mercado internacional são alguns pontos preocupantes destacados pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná. Para a entidade, o novo ano requer cautela.
A Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) aponta que 2023 será um ano de planejamento e ações estratégicas para o desenvolvimento do sistema cooperativista continuar.
“Olhar para frente, nós queríamos estar em 2030, 2050, com as cooperativas cada vez mais importantes para o desenvolvimento das regiões onde atuam. A gente vai fechar esse planejamento e a partir disso nós vamos começar, na metade do ano, provavelmente discutir um novo planejamento, um novo ciclo. E vamos acreditar e fazer tudo que tiver em nossas mãos para gente desenvolver bem o nosso trabalho com tecnologia com inovação e tudo mais”, diz o superintendente da Ocepar, Leandro Mafioletti.
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