Entidades ligadas ao setor de proteína animal estão monitorando a situação dos suinocultores gaúchos desde o início da pior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul. A Associação dos criadores divulgou que mais de mil animais já morreram. O estado responde por 20% da produção nacional de carne suína, com aproximadamente 1 milhão de toneladas e 11,8 milhões de animais abatidos por ano.
“Temos muitas granjas afetadas na infraestrutura. Uma granja de duas mil matrizes, por exemplo, foi totalmente atingida pela água, houve mortalidade de animais e ela deverá ser desativada em função disso”, conta Valdecir Luis Folador, presidente da Associação.
Além do alagamento, outro problema é a dificuldade de acesso, causado pela destruição das estradas e deslizamentos de terras, o que impossibilita o abastecimento de rações e outros insumos essenciais a essas propriedades. D acordo com o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS, somente o Vale do Taquari é responsável por 30% da produção no estado, conta com mais de 40 mil matrizes e cinco indústrias, que juntas abatem cerca de 1,3 milhão de animais por ano. O valor bruto da produção de carne suína no estado é de 5,5 bilhões de reais.
Folador explica tratar-se de uma reação em cadeia, pois a dificuldade de transporte por conta das estradas provoca atraso no abate dos animais. Ele cita o exemplo do frigorífico da Cooperativa Dália que, muito atingido pelas águas, estima mais 30 dias para a retomada do ritmo normal de produção.