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Agricultura

Clima chuvoso prejudicou safra de café no Paraná, diz Deral

Nesta safra, a área cafeeira do Paraná registrou perda de 17,3%, enquanto a produtividade média reduziu em 28,4%

Com a colheita do café encerrada em outubro, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, calcula que os produtores retirarão aproximadamente 498 mil sacas na safra 2022.

O volume é 40,7% inferior às 841 mil sacas colhidas no ano passado.

Esse é um dos dados da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) apresentada nesta quinta-feira (01), que também traz informações sobre a eminente finalização do plantio de milho e soja e do quase término de colheita do trigo.

De acordo com o economista Paulo Sergio Franzini, analista de café no Deral, os números finais apenas confirmam a expectativa que já vinha se formando durante o desenvolvimento da cultura. A área cafeeira também registrou perda de 17,3%, enquanto a produtividade média reduziu em 28,4%.

“Os principais fatores que levaram a essa redução são as questões climáticas, começando com as geadas no inverno de 2021 e, depois, a falta de chuvas e temperaturas muito altas na fase do ciclo reprodutivo da safra 2022”, afirmou.

A expectativa no início da safra era de que se pudesse chegar a 580 mil sacas.

A qualidade do café também decaiu.

“A formação de grãos menores não é necessariamente sinônimo de qualidade menor, mas neste ano tivemos grãos mal granados, perdeu um pouco o aspecto sensorial da qualidade, a doçura”, explicou Franzini.

“Não é tão significativo, mas em 2021 tivemos percentual de bebidas melhores, de qualidade bem superior em relação a este ano”.

A mesma situação atingiu os cafés especiais, dos quais o Paraná tem se revelado bom produtor. De acordo com o especialista do Deral, a média crescente era de 15% da produção classificada como especial. “Acreditamos que na safra 2022 esse percentual fique no máximo em 10%”, disse.

Milho e soja

Os dados apontam que, em novembro, houve um pequeno reajuste de área para a safra de milho em comparação com o mês anterior, passando de 400 mil para 395 mil hectares. A expectativa de produção está em 3,8 milhões de toneladas. No campo, o plantio está praticamente encerrado, restando alguns pontos isolados.

“O início do plantio foi em agosto, e esse milho sofreu bem mais devido ao excesso de chuvas em setembro e outubro. O que foi plantado a partir de outubro tem uma situação melhor de campo e, provavelmente, terá maior produtividade”, destacou o analista da cultura, Edmar Gervásio. “Mas mesmo assim, deve ser boa safra”.

Sobre a soja, Gervásio informa que a semeadura também está próxima de se encerrar, cobrindo 5,7 milhões de hectares, o que significa 1,2% a mais que na safra anterior. A produção esperada é de cerca de 21,5 milhões de toneladas.

“O desenvolvimento da planta é muito bom porque, apesar de ter um atraso no plantio, plantou-se em um período agronomicamente melhor”, disse o técnico. “Boa parte do Estado teve um nível de sol, de radiação, excelente”.

Trigo e cevada

O trigo já está quase totalmente colhido no Paraná, restando cerca de 2% da área, sobretudo na região de Guarapuava, que sofreu mais com as chuvas.

O prognóstico é que a qualidade do produto não será tão boa este ano, com provável queda de produtividade também.

De acordo com os técnicos que acompanham a cultura, as condições climáticas prejudicaram o manejo mais adequado.

“Mas o que interferiu bastante para a queda da qualidade foi a luminosidade reduzida, devido aos longos períodos de tempo nublado”, disse o agrônomo Rogério Nogueira.

A cevada está com a colheita totalmente terminada.

Diferente do trigo, a qualidade do produto é considerada muito boa, com cerca de 90% padrão cervejeiro – a maior cotação qualitativa – nos dois principais núcleos de produção, Guarapuava e Ponta Grossa. Em termos de área plantada, o Estado acresceu 10 mil hectares para a safra que se encerra, com produção de 344,2 mil toneladas – 16% a mais que no ano passado – em 84,3 mil hectares.

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