Compensar emissões de gases de efeito estufa e gerar créditos de carbono são práticas que se tornaram realidade no âmbito da busca pela sustentabilidade nos processos produtivos.
Além disso, as certificações de biodiversidade surgiram em 2013, por meio de uma ferramenta que calcula os impactos ambientais de uma corporação e orienta ações de conservação compatíveis com o impacto medido.
É importante ressaltar que uma empresa localizada no estado do Paraná se destaca como uma das pioneiras a conquistar essa certificação.
Thais de Araújo, analista de meio ambiente da Posigraf, é representante de uma das primeiras empresas a aderir à certificação que reconhece instituições comprometidas com a conservação da biodiversidade.
A Reserva da Mata Uru, situada na cidade da Lapa, na região dos Campos Gerais do estado do Paraná, abrange uma área total de 128 hectares e é um dos últimos remanescentes de floresta com Araucária na região.
“A área faz parte da estratégia de manutenção do negócio da gráfica, portanto, a adoção da Certificação de Biodiversidade é uma visão além do óbvio. Nós entendemos a nossa dependência desses recursos, não apenas como empresa, mas também como pessoas físicas”, diz Thais de Araújo.
A certificação em biodiversidade, emitida pelo Instituto LIFE, é obtida por meio da comprovação de ações que geram resultados efetivos na conservação da natureza. Isso pode incluir a proteção e restauração de áreas naturais, bem como a implementação de medidas para a preservação de espécies ameaçadas. Além de mensurar os impactos ambientais gerados por qualquer tipo de negócio, essa metodologia reconhece o desempenho das empresas que assumem responsabilidades correspondentes aos impactos não mitigáveis que produzem. Além disso, essa abordagem também permite o reconhecimento de créditos de biodiversidade relacionados a ações de conservação que passam por esse processo de certificação.
“Todas as ações realizadas geram uma pontuação que se converte em créditos de biodiversidade. Esses créditos podem ser utilizados como moeda de troca, estimulando outras empresas a adotarem práticas similares”, afirma Natasha Choinski, analista de Processos Ambientais da SPVS.
A iniciativa estabelece uma interface entre os serviços prestados pela natureza e as atividades empresariais.
Não são apenas as empresas que podem se beneficiar da Certificação de Biodiversidade.
Campo
Os produtores rurais também têm a oportunidade de monetizar áreas além das exigências legais por meio dos créditos de biodiversidade.
Ao obterem essa certificação, fortalecem seus negócios e obtêm uma visibilidade mais positiva, inclusive nos mercados internacionais.
“O produtor rural joga em duas frentes. Existem muitas propriedades rurais que têm ativos além da obrigação legal e esses ativos passam a ser uma oportunidade de uma terceira safra, de uma entrada de uma monetização dessas áreas a partir do que nós estamos começando a chamar de créditos de biodiversidade. Por outro lado, a produção rural pode se submeter a esse tipo de certificação e fortalecer o seu negócio, ter uma visibilidade mais positiva em relação a mercados, inclusive mercados internacionais”, afirma Clovis Borges, diretor executivo da SPVS.
O governo do Paraná está focado na implementação de políticas públicas de conservação, alinhado com a agenda ambiental.
Dentre as ações previstas, destaca-se o Pacto para a Proteção da Mata Atlântica, a reativação do Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas e a implementação da Política Estadual de Biodiversidade.
O secretário de Desenvolvimento Sustentável do estado, Valdemar Bernardo Jorge, enfatiza a importância da lei de biodiversidade para beneficiar os produtores rurais e a sociedade como um todo.
Os especialistas contribuirão com seus critérios e informações necessárias para que possamos realizar um planejamento exemplar, servindo como um modelo para o país.
Ao ter um controle efetivo da biodiversidade, os produtores também ganham.