As chuvas intensas que atingiram o Paraná em novembro prejudicaram parcialmente a agricultura no estado. As culturas de soja, milho, feijão e trigo foram as mais afetadas pelo El Niño.
De acordo com o Boletim Agrometeorológico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), a média estadual de precipitação foi de 212,6 mm, contra 144,2 mm da média histórica.
A maior precipitação registrada foi de 421,6 mm em São Miguel do Iguaçu, no Oeste.
As chuvas intensas e a umidade excessiva do solo foram os principais problemas enfrentados pelos agricultores.
Na região Sul do estado, onde ocorreram os maiores índices pluviométricos, as lavouras apresentaram atraso no plantio, florescimento precoce com porte baixo das plantas e necessidade de replantio.
As culturas de soja, milho, feijão e trigo são as mais importantes do Paraná, responsáveis por grande parte da produção agrícola do estado. As perdas causadas pelas chuvas ainda não foram estimadas.
O El Niño, fenômeno climático que causa aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial, é o principal responsável pelas chuvas intensas no Paraná.
Impactos das chuvas provocas pelo El Niño
- SOJA – Até o final de novembro foi realizada 96% da semeadura da safra de soja no Paraná e desse montante 86% apresentaram boas condições, 12% condições medianas e 2% condição ruim, sendo essas duas últimas concentradas na região Sul e Sudoeste. Nas regiões Oeste e Centro-Oeste houve um desenvolvimento mais lento da cultura devido as precipitações volumosas, pouca luminosidade e calor excessivo. Nas regiões Sudoeste e Sul, devido às chuvas constantes e excessivas, houve atraso no plantio, florescimento precoce com porte baixo das plantas e muitas áreas com necessidade de replantio. Nas regiões Norte e Noroeste o clima favoreceu a cultura, as chuvas foram suficientes para um bom desenvolvimento das plantas.
- MILHO 1ª SAFRA – De acordo com a Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), 99% da área de milho 1ª safra foram semeadas até novembro no Paraná e 80% apresentaram condições consideradas boas, 16% médias e 4% ruins. O milho em condição ruim e mediana encontra-se majoritariamente nas regiões que ocorreram chuvas intensas, como Sul e Sudoeste. Nas demais regiões, as chuvas de novembro favoreceram o abastecimento hídrico do solo e das plantas.
- FEIJÃO 1ª SAFRA – As chuvas intensas ocorridas em novembro prejudicaram muito a cultura do feijão no Paraná, uma vez que as principais regiões de cultivo estão mais sul do Estado onde ocorreram altos índices pluviométricos. A umidade do solo excessiva e a baixa luminosidade registrada em novembro prejudicaram o desenvolvimento das lavouras, as quais apresentaram porte baixo, alta incidência de doenças e redução no potencial produtivo. Até o final do mês a semeadura atingiu 99% do total previsto, estando 53% sob boas condições, 38% mediana e 9% ruim.
- TRIGO – O trigo foi a cultura que mais foi prejudicada pelas chuvas, apresentando baixa produtividade e qualidade. Altos índices de pragas e doenças como brusone e giberela, umidade excessiva do solo, atraso na colheita, alta umidade dos grãos, foram algumas adversidades enfrentadas pela cultura.
- MANDIOCA – A colheita da mandioca ocorreu em um ritmo mais lento devido ao excesso de precipitação. O plantio da nova safra foi concluído e as lavouras apresentaram bom desenvolvimento.
- CANA-DE-AÇÚCAR – Em novembro deu-se continuidade na colheita da cana-de-açúcar. As novas lavouras apresentaram bons desenvolvimentos.
- FRUTICULTURA – De acordo com a Seab, as chuvas excessivas no Sul do Estado prejudicaram alguns pomares de ameixa, pêssego, uva, maçã e tangerina devido à queda das frutas e ataque de doenças. Nas demais regiões o desenvolvimento das frutíferas ocorreram dentro da normalidade.
- OLERÍCOLAS – O grande quantitativo de precipitação prejudicou muitas áreas olerícolas, com erosão e apodrecimento das plantas, principalmente as folhosas cultivadas a céu aberto.
- CAFÉ – A colheita do café foi finalizada e as plantas apresentaram um bom desenvolvimento.
- PASTAGENS – Devido ao alto quantitativo pluviométrico de novembro, as pastagens aumentaram a produção da massa verde.