Com área recorde de 10,944 milhões de hectares, a safra de grãos do ciclo 2021/22 no Paraná deve fechar em 33,764 milhões de toneladas, variação de apenas 1% em relação à temporada anterior, quando se atingiu 33,379 milhões de toneladas. O balanço de produtores rurais do estado e entidades ligadas ao setor agropecuário é que 2022 foi um ano regular, de superação da quebra acentuada em 2021 e busca de equilíbrio entre custos e preços.
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A soja teve redução expressiva de volume em relação à temporada anterior, fechando com produção de 12,048 milhões de toneladas, 39% de queda se comparado ao ciclo anterior, que atingiu pouco mais de 19 milhões de toneladas.
A safrinha do milho trouxe fôlego para o abastecimento da pecuária no estado, com produção de 13,4 milhões de toneladas, alta de 132% em relação à safra frustrada do ciclo 20/21, quando atingiu 5,722 milhões de toneladas.
“Se nada de mal acontecer do ponto de vista climático, [teremos] uma safra bastante razoável” — Norberto Ortigara
A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná considera que foi um ano de desafios para todas as cadeias produtivas, pois 2022 ainda trouxe efeitos da crise hídrica e protagonizou o auge dos altos custos de produção. Ainda assim, é um ano de recuperação, com produtores paranaenses buscando o reequilíbrio de margens.
“Ainda estamos saindo da pior fase destes custos mais elevados. No ponto de vista mais amplo, de tamanho de lavoura, a recuperação da condição climática é uma possibilidade de ter uma safra grandiosa de soja. Nunca tivemos essa área”, diz o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. “De qualquer forma vislumbramos uma safra que será, se nada de mal acontecer do ponto de vista climático, uma safra bastante razoável.”
Entidades destacam números da agropecuária do Paraná
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) destaca os resultados colhidos este ano por meio do status sanitário de área livre de febre aftosa, o que foi conquistado em maio de 2021. Mesmo diante da pressão e estreitamento de margens, o setor ainda seguiu fazendo investimentos.
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“Tivemos seca, quer na safra de soja quer na safra de milho, mas em função dos preços internacional e graças também aquele reconhecimento no Paraná de febre aftosa sem vacinação… Os investimentos que foram feitos na área de suinocultura e avicultura realmente fizeram o Paraná crescer muito”, afirma o presidente da Faep, Ágide Meneguette.
Dados do Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná (Deral) apontam que, em 2021, o faturamento bruto do agronegócio paranaense totalizou R$ 180 bilhões. Para 2022, no entanto, a estimativa é de queda no resultado do Valor Bruto de Produção da Agropecuária (VBP).
Agricultura familiar e cooperativas
Na agricultura familiar, a análise é de que 2022 foi um ano de dificuldades. A escassez de crédito e as condições climáticas desafiaram as atividades do pequeno produtor no campo. É o que destacou o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), Marcos Brambilla.
“Sofremos com as estiagens. Na sequência, tivemos perdas nesse período de plantio por excesso de chuvas. Tivemos aumentos que foram prejudiciais na questão dos juros, aos nossos produtores, com alto custo de produção e produtos principalmente na linha de investimento produtos de valor agregado que ficaram muito altos, distantes das condições da agricultura familiar”, analisa Brambilla.
No setor cooperativista, o segmento de crédito ampliou o volume de contratações este ano. A lei complementar 196, que altera e atualiza a lei das cooperativas de crédito, trouxe essa expansão. Ela gerou mudanças de acesso e novas ferramentas, disponibilizando aos cooperados mais produtos.
“Cada vez mais paranaenses aderem às cooperativas de crédito”, diz o superintendente do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti. “Nós temos em torno de 3 milhões de cooperados, 2 milhões e 800 estão vinculados e cooperados ao sistema de crédito.”
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