Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) identificaram uma nova espécie de cigarrinha do milho no Paraná. A cigarrinha africana (Leptodelphax maculigera), como é chamada, se alimenta de culturas do milho e gramíneas, o que pode causar prejuízos nas lavouras.
A descoberta foi feita em agosto deste ano, em plantações de milho dos Campos Gerais e do norte do estado. A espécie já havia sido identificada em Goiás e Rio Grande do Sul, mas este é o primeiro registro oficial no Paraná.
A comprovação da presença do inseto indica que mais locais já estão afetados. “Provavelmente, a espécie já deve estar em todo o território brasileiro”, adverte o professor Orcial Bortolotto, coordenador da Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon-UEPG).
Atualmente, a cigarrinha africana é conhecido pelo potencial da transmissão do enfezamento fitoplasma (infecção da planta por bactérias) e do vírus da risca (que reduz a produção de grãos). “Ainda faltam estudos adicionais para de fato comprovar a capacidade deste inseto em transmitir doenças”, explica Orcial.
Medidas de controle
Em setembro, a safra de milho está em sua fase inicial. Segundo Orcial, é se extrema importância que produtores realizem o monitoramento da lavoura e a presença de insetos. “É importante que os produtores coloquem armadilhas nas lavouras para monitorar a chegada de cigarrinhas no campo”, diz.
Algumas das estratégias de controle são a padronização do calendário de plantio, a escolha de materiais híbridos ou tolerantes ao enfezamento e combinação de inseticidas químicos ou biológicos.
Perdas de até 30%
Pelo potencial de transmissão do vírus que carrega no corpo, a perda de lavoura do milho pode chegar de 20% a 30%. “É necessário ainda que se faça um trabalho complementar com esses insetos infectados. Isso acaba trazendo algumas preocupações para os produtores”, alerta o professor.