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AUMENTO DE PRODUÇÃO

Pinhão: pesquisadores apostam em nova cadeia produtiva para preservar a espécie

Os meses de abril, maio e junho são marcados pela colheita do pinhão, e a estimativa para a safra deste ano no Paraná é de aproximadamente 4 mil toneladas

O pinhão, um dos símbolos do estado do Paraná, está enfrentando a ameaça de extinção devido à colheita baseada no extrativismo, o que torna sua disponibilidade no mercado instável. Com o objetivo de preservar a espécie e impulsionar a produção, pesquisadores estão investindo em uma cadeia produtiva com produção ao longo do ano.

Por meio de um processo de clonagem a partir de matrizes de árvores nativas, os pesquisadores buscam estender a produção do pinhão. Os meses de abril, maio e junho são tradicionalmente marcados pela colheita do pinhão, e a estimativa para a safra deste ano no Paraná, um dos maiores produtores do país, é de aproximadamente quatro mil toneladas.

É importante ressaltar que a cultura do pinhão é baseada no extrativismo, tornando os números imprecisos. O último dado disponível sobre o valor bruto da produção é do ano de 2021, com 17,5 milhões de reais.

A safra deste ano foi considerada baixa, o que, segundo engenheiros florestais, está de acordo com o comportamento das araucárias, que têm um ciclo bianual de produção. Isso significa que a planta leva cerca de 21 meses desde a fecundação do pinhão até que ele caia da árvore. Geralmente, nos anos seguintes a uma boa colheita, a produção é menor devido a esse ciclo de produção.

Como resultado da baixa oferta, os preços do pinhão dispararam, atingindo até quinze reais por quilo nos supermercados. Os comerciantes estão animados com a proximidade das festas típicas dos meses de junho e julho, já que esperam aumentar as vendas nesse período.

No entanto, a oferta de pinhão pode mudar nos próximos anos, graças a um projeto de pesquisa que visa estabelecer uma cadeia produtiva estruturada e uma safra mais longa do que os atuais três meses de colheita. Pesquisadores da Embrapa Florestas, em parceria com a Universidade Federal do Paraná, desenvolveram uma tecnologia que permite a produção precoce e árvores de menor porte, facilitando a colheita.

A ideia é mobilizar a cadeia de produção do pinhão, que atualmente depende do extrativismo na floresta natural, o que resulta em instabilidade de produção. Com a redução do número de araucárias na natureza, a produção de pinhão também tem diminuído. Portanto, essa estratégia poderá proporcionar renda aos produtores e, ao mesmo tempo, ajudar na conservação da espécie.

Ao utilizar árvores enxertadas, o tempo necessário para que uma araucária nativa fique adulta e comece a produzir pinhões é reduzido pela metade. Os resultados promissores já estão sendo observados em pomares experimentais, nos quais a produção de pinhão será iniciada em apenas cinco anos.

Os resultados promissores já estão sendo observados em pomares experimentais, nos quais a produção de pinhão será iniciada em apenas cinco anos. Os produtores envolvidos no projeto estão entusiasmados com a rapidez dos resultados alcançados e estão confiantes de que a nova cadeia produtiva trará benefícios tanto para a preservação da espécie como para o aumento da oferta do pinhão no mercado.

Com a implementação dessa estratégia inovadora, espera-se que a produção de pinhão no Paraná se torne mais estável e que a indústria de transformação do fruto possa se estabelecer de forma sustentável. Além disso, a valorização das características nutricionais do pinhão e a conscientização sobre a importância da preservação da araucária são aspectos que contribuirão para impulsionar o consumo desse símbolo tão representativo do estado.

Dessa forma, os pesquisadores e produtores estão confiantes de que a clonagem de árvores nativas e a criação de uma cadeia produtiva estruturada são estratégias promissoras para preservar o pinhão e garantir sua disponibilidade contínua, beneficiando tanto os produtores quanto os consumidores interessados nesse tesouro gastronômico paranaense.

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