CLIMA SECO

PR tem locais sem chuvas há 37 dias

Estiagem maior está nas regiões Norte e Noroeste do estado. Confira como está o desenvolvimento da produção agrícola

campo seco
Foto: Canva

Em grande parte do Paraná o acumulado de chuvas do mês de junho não foi suficiente para atender às necessidades das culturas no campo, destacando-se o Noroeste e o Norte, onde há municípios sem precipitações nos últimos 37 dias.

Nas demais regiões a estiagem também foi problemática, ainda que em menor escala, sendo o Sudoeste a única exceção. Além disso, foram registradas geadas fortes nas regiões mais frias do estado, mas que devem ter pouco impacto nas produções agrícolas.

Confira um panorama geral divulgado pelo Deral/PR:

Feijão: A colheita do feijão foi praticamente encerrada. Com a melhoria no preço do feijão preto, alguns produtores venderam suas produções, porém muitos mantêm cautela.

Soja: A comercialização da soja também seguiu com prudência, ainda que parte dos produtores tenha aproveitado a melhora nos preços do grão para comercializar seu produto.

Milho: O clima seco favoreceu a colheita de milho, que está adiantada e apresenta produtividades variadas. Há bons resultados nas lavouras do Sul e Sudoeste, porém as produtividades seguiram abaixo da média especialmente no Noroeste, assim como no Norte e em parte do Oeste e Centro-Oeste. Devido ao calor, a umidade dos grãos esteve dentro de níveis aceitáveis. As geadas não devem impactar a produção do cereal, pois as lavouras foram semeadas no período ideal.

Café: A colheita do café também avançou, marcada pelo alto índice de grãos miúdos, resultado do tempo seco e das altas temperaturas durante o período de frutificação. No Noroeste a colheita se encerrou de maneira precoce.

Mandioca: Os produtores de mandioca enfrentaram dificuldades na colheita devido à deficiência hídrica no solo, enquanto a colheita de cana-de-açúcar seguiu em ritmo normal, com os replantios realizados logo na sequência.

Batata: A colheita da batata foi brevemente interrompida pelas chuvas, mas retomada assim que cessaram. No Sudeste a colheita está quase finalizada, com boas produtividades e preços que animam os bataticultores.

Frutas: Entre as frutas, são registradas colheitas de laranjas e uvas (Niágara).

O plantio das culturas de inverno foi quase encerrado. A janela para semeadura se estende até julho, porém os plantios realizados a partir deste momento podem comprometer a safra de soja. Realizaram-se os tratos culturais, como controle de ervas daninhas, insetos e doenças, bem como a aplicação de ureia.

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Trigo: Parte das lavouras de trigo encontra-se em fase de florescimento e frutificação, mas a maioria está em desenvolvimento vegetativo. O registro de geadas fortes limitou-se à região onde as plantas estavam em fase não suscetível a perdas por frio. A preocupação maior foi a seca, que prejudicou do desenvolvimento da cultura e gerou perdas significativas no potencial produtivo, especialmente nas lavouras semeadas mais cedo ou “no pó”. Estas apresentaram baixo crescimento, folhas amareladas, germinação lenta e desigual, além de menor número de perfilhos. Outro problema relatado é o aumento na incidência de pulgões. No entanto, uma parte importante das lavouras foi beneficiada pela volta das chuvas, inclusive para a finalização da semeadura.

Recentemente, com a melhoria nos preços oferecidos pelo trigo, os produtores se animaram e foram em busca de sementes, mas havia pouca disponibilidade no mercado.

Cevada e grãos de inverno: Há uma boa expectativa de preço de cevada no momento, incentivando áreas plantadas por contrato. O plantio está na reta final e, após essa chuva, deve ser finalizado nas próximas semanas. Nas lavouras implantadas, o foco é no controle de manchas foliares. Também há áreas sofrendo com a falta de chuvas. Dos demais grãos de inverno, observou-se um aumento na área plantada com aveia e em mix de plantas para cobertura do solo. Além disso, impactos mais significativos das geadas poderão ser observados em áreas de centeio que iniciavam a floração.

Cebola: O transplante da cebola ocorreu de forma gradual. Os agricultores que optaram pelo plantio direto em áreas maiores, especialmente quando usadas máquinas a vácuo, estão um pouco mais adiantados. Alguns irrigaram as áreas para garantir o bom desenvolvimento inicial das plantas. Atualmente, tanto estas e como as primeiras lavouras de cebola transplantadas foram beneficiadas pelas chuvas recentes.

Pastagens: As chuvas ocorridas nas regiões próximas à divisa com SC favoreceram o bom desenvolvimento e crescimento das pastagens. Porém, a escassez de precipitações verificada ao norte dessa região, de maneira progressiva, gerou baixa oferta de massa verde e os pecuaristas têm suplementado a alimentação com ração e silagem, o que eleva o custo de produção tanto na pecuária bovina leiteira quanto na de corte. A situação é especialmente preocupante na região do Arenito Caiuá. O tempo seco aumentou a incidência de focos de incêndio nas áreas de pastejo. (Com informações e texto do Boletim da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento – Departamento de Economia Rural – Condições de Tempo e Cultivo)