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Safrinha 23/24

Paraná vai produzir menos milho

Estado tem 30% das suas lavouras danificadas pelo clima instável

milho safrinha quebra em Marechal Cândido Rondon, Paraná
Milho prejudicado pelo clima em Marechal Cândido Rondon/ PR. Foto: divulgação.

Segundo maior produtor de milho brasileiro, o estado do Paraná vai entregar menos na presente safra. A perspectiva é de redução severa de produtividade, já que 30% das lavouras estão em péssimas condições, segundo a Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento.

No início desta segunda safra do ciclo 23/24, a produção estava avaliada em 14 milhões de toneladas, mas com o clima adverso, com seca nas principais regiões produtoras, estiagem e calor intenso, prejudicou o desenvolvimento da planta.

Na produção nacional de milho, o Paraná participa com 14,8%, o que equivale a 14 milhões e 258 mil toneladas. Dos 2,4 milhões de hectares plantados, 86% tinham condições boas no campo. Agora o percentual caiu para 69%. De outro lado 10% das áreas estão em condições ruins e 21% medianas.

Lavoura com perdas em Marechal Cândido Rondon, no Paraná. Foto: divulgação.

O secretário da agricultura, Norberto Ortigara, fala da estimativa: “existem fortes indícios de que as lavouras do interior produzam abaixo de 13 milhões de toneladas. Temos cerca de 30% em condições ruins ou péssimas. E uma parte importante, cerca de 70% da área, ainda em condições de boa produtividade”.  

“existem fortes indícios de que as lavouras do interior produzam abaixo de 13 milhões de toneladas. Temos cerca de 30% em condições ruins ou péssimas. E uma parte importante, cerca de 70% da área, ainda em condições de boa produtividade”.  

Norberto Ortigara, secretário de estado da Agricultura

Industrialização e o DDG

Por outro lado, o Paraná investe cada vez mais na transformação do grão. Pelo menos três novas plantas industriais entram no setor de etanol de milho paranaense nos próximos anos. O estado deve produzir este ano 1,25 bilhão de litros do combustível, representando 3,7% da produção nacional.

Além do combustível, estas indústrias fazem o subproduto DDG, substância que sobra da extração do etanol do milho, muito relevante para ser inserida em ração para animais. “Nós paranaenses estamos descobrindo que é possível dar mais valor ao milho, indo além do uso em alimento humano, produção de carnes e combustíveis renováveis. Em vez de mandar aquela montanha de milho barato, podemos trabalhar para que esse milho seja usado aqui, para consumo humano, para produção de combustíveis renováveis, etanol, hidratado ou anidro, mas também pensando já na segunda geração, que é o uso na produção de proteínas”, afirma Ortigara.

Produção brasileira de etanol

Está concentrada principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. São Paulo é o maior produtor, respondendo por 36% do total.

A perspectiva de crescimento para a fonte primária do milho é observada nos números: na safra 20/21 ele representava apenas 9% da produção total de etanol, ou 2,7 bilhões de litros. Agora a previsão é de 18%, o que representa um salto de 125% em apenas quatro anos, passando a 6,1 bilhões de litros. Nesse segmento o destaque é Mato Grosso, com 73% de participação.

Assista aqui a reportagem da Valéria Burbelo para o Canal Rural.

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