Foi publicada nesta quarta-feira (7) a lei que institui o dia 13 de julho como o Dia Nacional da Música e Viola Caipira (Lei 14.472). A nova lei teve origem no PL 7.981/2017, do deputado federal João Daniel (PT-SE), que tramitou no Senado como PL 399/2019 e foi relatado no plenário pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
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A data foi escolhida por ser o aniversário de Cornélio Pires, organizador e divulgador da música caipira. Ele adaptou o gênero ao formato fonográfico e registrou os cantos que ouviu dos artistas populares caipiras em suas andanças pelo interior do país. A música caipira é originalmente música litúrgica do catolicismo popular, presente nas folias do Divino, no cateretê e na catira e no cururu, danças rituais indígenas adaptadas.
Cornélio Pires foi jornalista, escritor, folclorista e importante etnógrafo da cultura caipira e do dialeto caipira. Nasceu em 1884, em São Paulo, e morreu em 1958. Publicou mais de vinte livros, nos quais procurou registrar o vocabulário, as músicas, os termos e expressões usadas pelos caipiras. Foi por intermédio dele que, em 1928, as primeiras gravações dos genuínos caipiras foram transformadas em discos.
Da pesquisa ao Dia Nacional da Música e Viola Caipira
A importância da pesquisa de Cornélio Pires começou a ser reconhecida nos meios acadêmicos no uso e nas citações que de sua obra fez o professor Antonio Cândido, referência no estudo da sociedade e da cultura caipira, na Universidade de São Paulo (USP).
“A viola caipira é o símbolo dessa tradição que mantém raízes profundas na cultura brasileira” — Izalci Lucas
“A música caipira é genuinamente brasileira e mostra toda a riqueza da diversidade cultural nacional e regional. A viola caipira é o símbolo dessa tradição que mantém raízes profundas na cultura brasileira”, afirmou Izalci em seu relatório.
Para o autor da proposta, o gênero musical possui grande valor para preservação da memória popular do interior do país, uma vez que suas letras são o registro histórico e artístico da vida do homem do campo e de sua relação com a natureza.
A viola caipira foi introduzida no Brasil no período colonial e, por meio do contato com as culturas indígena e africana, adquiriu características próprias. Faz parte da cultura e tradição de uma parte do Brasil que vai do Paraná ao Tocantins, passando por São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. O som da viola está na catira, no cururu, em festas religiosas, na música sertaneja e ganhou até versões para orquestra.
Em 2019, o plenário do Senado promoveu sessão especial em homenagem aos 90 anos da música e da viola caipiras.
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