Após sobrevoar as áreas atingidas pelo ciclone, o governador Eduardo Leite anunciou, nesta quarta-feira (6), a decretação do estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul.
Já foram confirmadas 37 mortes em decorrência das chuvas intensas dos últimos dias.
Além disso, os desfiles de 7 de setembro, que estavam marcados, foram suspensos em todo o estado.
O cancelamento objetiva concentrar todos os trabalhos e atenções no atendimento às vítimas. As ações de salvamento também envolvem o Exército Brasileiro.
A bordo de um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), Leite percorreu as áreas atingidas acompanhado pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.
Após o sobrevoo, a comitiva visitou abrigos que estão recebendo desalojados, reuniu-se com prefeitos e lideranças da região e, por fim, concedeu coletiva de imprensa em Lajeado.
Leite definiu o cenário de destruição no Vale do Taquari como “devastador”.
“Vimos comunidades totalmente submersas. É desolador, há muita destruição. Tive de segurar o choro em alguns momentos. E sabemos que mais mortes podem ser constatadas. Essa situação dói e nos toca. Mas devemos nos manter firmes para dar todo o suporte à população”, disse o governador.
Leite pediu atenção redobrada para os próximos dias, devido à possibilidade de desdobramentos do evento climático.
“Há previsão de chuvas fortes, infelizmente. Precisamos ser resilientes e seguirmos atentos, sempre a postos para dar o socorro necessário. Estamos ao lado da população e vamos superar tudo isso juntos”, enfatizou.
O governador destacou também o trabalho de busca das forças de segurança no resgate das pessoas que ainda estão ilhadas. Ele frisou ainda que a prioridade do governo continua sendo garantir a segurança de todos os atingidos pelo temporal.
O rstado pediu ao governo federal o apoio de mais aeronaves para auxiliar no trabalho.
“São centenas de homens e mulheres trabalhando incansavelmente para garantir que ninguém fique sem ajuda. Estamos mobilizados para isso, trabalhando em conjunto com o governo federal. Em paralelo, vamos avançar na liberação de acessos e no restabelecimento das comunicações com as comunidades mais atingidas”, explicou.
Mortes provocadas pelo ciclone
O número de mortes subiu para 37. Além do RS, uma morte aconteceu em Santa Catarina, totalizando 38 vítimas na Região Sul.
O ciclone extratropical provocou, segundo o governo, a tragédia natural dos últimos 40 anos. Em junho deste ano, outras 16 pessoas morreram vítimas de um ciclone.
Segundo a Defesa Civil, há nove pessoas desaparecidas nos 79 municípios atingidos pelo ciclone.
Ao todo, 56.787 pessoas foram afetadas. Dentre elas estão os 2.319 desabrigados e 3575 desalojados. Outras 1777 vítimas foram resgatadas.
A Defesa Civil informou que, até o momento, contabilizou 309 casas destelhadas e 14 pontes destruídas.