Ainda em processo de reconstrução após as enchentes, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Rio Grande do Sul instalou uma placa na fachada externa do prédio para marcar os efeitos da inundação que atingiu o Casarão, nome dado à edificação do governo do estado, situada no coração do Centro Histórico de Porto Alegre.
A placa indica a altura alcançada pela água durante a catástrofe, em maio deste ano. Na torre que dá para a avenida Mauá, o nível subiu 1,58 metro, enquanto na entrada pela avenida Siqueira Campos, a água atingiu 1,76 metro. O marco visual foi instalado acima da placa que remete à enchente de 1941, quando a água invadiu o prédio da Sefaz, chegando a 1,33 metro.
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“A placa não simboliza apenas os impactos concretos das inundações que vivemos, mas também cumpre um papel de conscientização. Ela ajuda a alertar a população e as futuras gerações sobre a urgência de ações ambientais. Ao destacar eventos extremos, como as enchentes em Porto Alegre, a placa se torna um lembrete tangível das graves consequências da mudança climática”, disse a secretária da Fazenda, Pricilla Santana.
Mesmo com o plano de contingência em execução desde abril, quando o volume de chuvas começou a aumentar, o prédio da Sefaz teve que ser isolado no dia 4 de maio, após o nível do Guaíba ultrapassar a cota de alerta. Apesar das ações preventivas, a inundação foi inevitável, deixando o edifício submerso por cerca de 20 dias e gerando prejuízos ao patrimônio da secretaria.
De acordo com o levantamento do Departamento de Administração da Sefaz, cerca de 20 toneladas de resíduos foram descartadas, o que exigiu a contratação de oito contêineres. Os prejuízos foram estimados em R$ 15 milhões, incluindo a perda de mobiliário, equipamentos de informática e danos severos à rede elétrica.
A subestação de energia, localizada no térreo, ficou submersa, o que danificou dois transformadores e os disjuntores. Além disso, as centrais telefônicas dos prédios também sofreram com os estragos.
O acesso ao prédio só foi possível em 27 de maio, quando as águas recuaram e permitiram a entrada das equipes para o início dos trabalhos de reconstrução. Uma força-tarefa, composta por mais de 70 pessoas, garantiu a reabertura no início de julho, pouco mais de um mês após o início da recuperação – um tempo considerado recorde diante da magnitude dos estragos.
“Assim que o nível das águas começou a baixar e o acesso ao prédio foi permitido, iniciamos o esforço de higienização. Empresas especializadas foram contratadas de forma emergencial para execução de serviços como a limpeza dos reservatórios de água, remoção de mofo e restauração das bombas hidráulicas”, lembrou a diretora de Administração e Patrimônio, Adriana Oliveira.
Quase cinco meses após o retorno ao prédio, o térreo da Sefaz ainda passa por processo de limpeza e recuperação. Os próximos passos dependem da secagem natural das superfícies, que será seguida pela raspagem das paredes, preparação para o reboco e, por fim, a pintura.
As obras de restauração do Casarão, que já estavam em andamento antes da enchente, também foram afetadas. O canteiro de obras, atingido pelas águas, sofreu danos nas redes elétricas, em estruturas dos ateliês e escritórios, o que exigiu a compra de novas ferramentas e equipamentos.
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