As principais montadoras brasileiras de máquinas agrícolas ainda não superaram a escassez de peças e componentes que se iniciou na pandemia.
Nos bastidores da Agrishow, feira internacional de tecnologia agrícola realizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, alguns executivos relatam retorno de 80% do fornecimento, mas problemas pontuais que ainda impedem que as máquinas possam ser entregues.
A diretora de Assuntos Governamentais da AGCO e vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ana Helena Andrade, afirmou que a expectativa do setor é de que esses gargalos na cadeia sejam solucionados ainda em 2023.
As representantes das indústrias de máquinas agrícolas John Deere, Case IH e Fendt relataram, no evento, ainda enfrentam efeitos da pandemia, em diferentes níveis.
A Fendt afirmou que atende “perto da normalidade”. “Praticamente todos os fornecedores de peças nos atendem e a fábrica já tem conseguido trabalhar sem muita dificuldade”, afirmou o diretor da Fendt América do Sul, José Henrique Galli.
A John Deere considera que os problemas “ainda não foram 100% superados”. “Chegamos a trazer quatro a cinco voos charter com peças e componentes na pandemia. Não estamos nesses patamares mais, mas ainda não é possível dizer que está 100%”, afirmou o diretor de vendas da John Deere, Marcelo Lopes.
Já a Case IH ressalta que o número de fornecedores críticos diminuiu, mas a operação está 80% normalizada. “O que ainda não normalizou ainda foi logística”, disse o vice-presidente da empresa na América Latina, Christian Gonzalez.