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Política

MST inicia desocupação de áreas invadidas, em meio a críticas de ministros

Segundo o ministro Alexandre Padilha, o movimento tem outras formas de luta que podem apresentar mais resultados

Nesta sexta-feira (21), militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que estavam ocupando a área da Embrapa em Petrolina, Pernambuco, deixaram o local pacificamente em respeito ao pedido de reintegração de posse determinado pela Justiça.

O MST recebeu a notificação do mandado de reintegração na quinta-feira (20) e decidiu em assembleia geral cumprir o prazo de 48 horas estabelecido pela ordem judicial.

As famílias estão se deslocando para uma área provisória que foi cedida pelo governo. Uma equipe do Incra Nacional será enviada para fazer o cadastramento das famílias e fornecer lonas e cestas básicas para o novo acampamento.

O MST iniciou nesta sexta o processo de desocupação das áreas invadidas da Suzano em Aracruz, no Espírito Santo. O plano de desocupação prevê que as famílias do movimento devem deixar a área até a próxima quinta-feira (27).

Apesar da decisão judicial de reintegração na última terça-feira (18), a ação do movimento não está relacionada à decisão judicial, mas sim a uma promessa do governo federal.

De acordo com os militantes, a desocupação será concluída até o final da próxima semana, seguindo os protocolos necessários para a saída das famílias da área.

Na madrugada da última segunda-feira (17), cerca de 200 famílias do movimento invadiram duas áreas da Suzano cultivadas com eucalipto.

Governo critica MST

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, criticou a nova onda de invasões do MST. Segundo Padilha, o movimento tem outras formas de luta que podem apresentar mais resultados.

“Eu já disse: discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo de áreas que estão desenvolvendo pesquisas, como forma de luta. Acredito que o movimento tem outras formas de luta que podem conquistar ainda mais a sociedade para uma causa tão importante que é a reforma agrária”, afirmou.

“O Ministério do Desenvolvimento Agrário está desde o começo dialogando com a agricultura familiar e os movimentos que estão na área rural para construir junto um programa de fortalecimento de assentamentos”, complementou.

Na última quinta-feira (20), os líderes do MST foram recebidos pelo ministro da Fazenda,Fernando Haddad (PT), e ainda foram atendidos pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), que abandonou um evento em Londres a mando de Lula para resolver a crise. O movimento, porém, ampliou a lista de exigências ao governo.

Agora, o MST quer a nomeação de mais sete superintendentes do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a instalação de uma mesa de negociação com a participação do governo federal para deixar terras invadidas da Suzano, além de cobrar de Haddad mais verbas públicas para a compra de terras destinadas à desapropriação.

De acordo com o MST, os recursos são insuficientes para atender às necessidades da reforma agrária.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, expressou sua preocupação em relação às recentes invasões de terras promovidas pelo MST, afirmando que essa não é uma estratégia eficaz. No entanto, ele destacou que o governo está empenhado em encontrar uma solução para o problema e que o impacto com o MST deve chegar a um acordo positivo.

Múcio também enfatizou que o presidente Lula e o ministro Paulo Teixeira estão preocupados com a situação e empenhados em buscar uma solução. O governo acredita que as invasões podem ter o efeito contrário do desejado, atrasando o cronograma de reforma agrária que estava sendo montado.

Atualmente em Portugal acompanhando a primeira viagem do presidente Lula à Europa neste terceiro mandato, Múcio faz parte de uma comitiva de oito ministros que participarão da 13ª Cimeira Portugal-Brasil, onde serão assinados diversos acordos entre os dois países nas áreas de Cultura, Educação, Saúde, Economia, Negócios e Tecnologia.

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