A morte do comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, general Qassem Soleimani, aumentou drasticamente a tensão entre os norte-americanos e o país do Oriente Médio. No Brasil, a expectativa é de que o principal impacto seja na alta do petróleo, já que a região de um eventual conflito é uma importante fornecedora do produto para várias partes do mundo.
Além disso, a tensão tem influenciado no mercado de commodities e pode gerar um impasse no acordo comercial entre China e Estados Unidas, como analisou o professor da Universidade de São Paulo Celso Grisi. “A china é um tradicional aliado do Irã e, em uma situação como essa, deve ficar em uma posição bastante difícil do ponto de vista diplomático, já que não poderá negar apoio ao Irã, ao mesmo tempo que tem que se aliar comercialmente aos EUA. Isso coloca em risco as negociações que estão para serem finalizadas em janeiro”, disse.
China e Estados Unidos estão para assinar a primeira fase do acordo comercial após vários meses de embates de tarifas. O futuro, no entanto, ainda é incerto já que pode haver um revide bélico por parte do Irã, o que pode mudar toda a geopolítica em um curto espaço de tempo.
“Eu tempo, pois o ataque dos EUA foi muito radical e pede um revide de ponto de vista do Irã. Isso vai implicar, naturalmente, na manifestação de outros países. Estamos até preocupados com a manifestação do governo em relação ao episódio”, completou.
Na opinião de Celso Grisi, o Brasil não deveria se manifestar sobre o assunto, já que possui boas relações tanto com os EUA, como com o Irã. “Temos uma boa parceria comercial com o Irã, que é um importante importador de carne e do milho. Eu suponho que o Irã espera que o Brasil se mantenha quieto, pois essa guerra não nos pertence”, completou.