Agricultura

‘A hora que consolidarmos o Código Florestal, vamos calar a boca do mundo’

Tereza Cristina chamou a atenção para a campanha negativa que o país está sofrendo, especialmente na UE, contra os produtos agropecuários brasileiros

Tereza Cristina, ministra da Agricultura, fala sobre queimadas
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Durante o  14º Encontro de Previsão de Safra, promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em Brasília, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chamou a atenção para a campanha que o Brasil está sofrendo, especialmente na União Europeia, contra os produtos agropecuários brasileiros.

“Eles estão nos olhando com lupa, mas é protecionismo. Temos que ter todo o cuidado para que eles não achem motivo para punir o Brasil. Existe uma campanha clara contra o Brasil por causa do nosso tamanho e das nossas possibilidades de expandir”.

Tereza Cristina voltou a citar o que considera um “mantra” para o setor: “o Brasil é a maior potência agroambiental do mundo, e a nossa agricultura é sustentável”. Ela garantiu que irá trabalhar de maneira firme para consolidar o funcionamento do Código Florestal e do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no país.  “A hora que tivemos isso vamos calar a boca do mundo, porque ninguém tem uma ferramenta como esta”, disse.

Demanda chinesa 

Tereza Cristina disse ainda que a relação do Brasil com a China é sólida e que o acordo do país asiático com os Estados Unidos não terá reflexos “catastróficos” para o Brasil.

“Sou otimista, penso nas oportunidades que as crises podem trazer em certos momentos”, disse a ministra, ao participar do 14º Encontro de Previsão de Safra, promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em Brasília.

Ela ressaltou que o mercado de soja já é conhecido e que a soja produzida hoje já está precificada e vendida. A ministra também lembrou que o Ministério da Agricultura está trabalhando intensivamente para abrir novos mercados e aumentar a base para a exportação do Brasil.

“A soja e o milho são importantíssimos, mas temos outras coisas e temos que diversificar a nossa pauta para a nossa balança comercial”.

Coronavírus

A ministra também afirmou que é preciso analisar com cautela os possíveis impactos que o novo coronavírus poderá trazer para a agricultura. Ela lembrou que a China tem 1,3 bilhão de habitantes, e que continuará demandando por alimentos.

“São conjunturas momentâneas, mas que temos que analisar com a devida cautela e com um cenário maior e não pontual. Temos que ter muita cautela e responsabilidade, porque os mercados são nervosos”, disse.