Algodão

Algodão: colheita começa na Bahia com expectativa de rendimento maior

Com uma competição maior com o milho na safra 2020/21, a área plantada de algodão no estado caiu 15%, mas a produção total recuou menos: 13%

A colheita de algodão na Bahia começou no dia 28 de maio e deve ganhar ritmo ao longo deste mês. Na safra 2020/2021, o estado plantou 266.662 hectares, sendo em produção no líder do Matopiba, que, ao todo, cultivou 305.351 hectares nesta temporada. A expectativa de colheita, no estado, é de, aproximadamente, 520.363 toneladas, e de 587.067 na região do Matopiba.

De acordo com os dados divulgados na reunião técnica para avaliação de safra, promovida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e realizada online na terça-feira, 8, a produção da pluma deve ser 13% menor neste ciclo, e área retraiu em 15%.

Essa redução é explicada pela maior rentabilidade relativa da soja e do milho, que garantem maior liquidez, com menor custo de produção, ainda que os preços da pluma, hoje, em US$ 0,86 por libra-peso, estejam num patamar considerado muito bom. Na época do plantio, o algodão estava cotado em cerca de US$ 0,60, o que deixava a soja e o milho em vantagem ainda maior.

“Uma redução de área e produção, quando olhada sem uma análise conjuntural, pode parecer algo ruim. Mas, no caso do algodão brasileiro, e, em especial da Bahia, isso reflete a sustentabilidade e a maturidade da nossa matriz produtiva, que é variada e balanceada em função do mercado. Além disso, a Bahia faz apenas uma safra, o que torna a decisão de plantio ainda mais acurada”, afirma o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi. Ele prevê um crescimento estimado em 5% na área de algodão para 2021/2022.

Hoje, o Centro de Análise de Fibras da Abapa, localizado em Luís Eduardo Magalhães, processou as primeiras amostras de algodão colhido nesta safra e os resultados iniciais da classificação por HVI já atestam o que os técnicos chamam de “qualidade premium” do produto.

Essa qualidade foi o resultado de um clima favorável, marcado por chuvas regulares, distribuídas em cinco meses ­– finalizando em maio–, o que aponta para uma produtividade 2% superior à auferida na safra passada, devendo chegar a 317,3 arrobas por hectare de algodão em capulho ou 1951,4 quilos por hectare de algodão em pluma. “Mais uma excelente safra que o estado deve alcançar”, conclui Bergamaschi.