Após três safras consecutivas em expansão, a área de algodão deve recuar entre 9% e 10% no Brasil na temporada 2020/2021, com as quedas nas margens de rentabilidade em relação à campanha atual, projeta a consultoria Carlos Cogo – Inteligência em Agronegócio.
Nos últimos 30 dias, o indicador do algodão em pluma Cepea/Esalq, com pagamento em oito dias, acumula leve alta de 2,6%, cotado a R$ 2,73 por libra-peso, diante da recuperação das cotações internacionais, por sua vez, decorrentes das recentes altas do preço do petróleo.
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O Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente, registra valorização de 2,3% nos últimos 30 dias, mas ainda acumula baixa de 8,7% nos últimos 12 meses.
Na Bolsa de Nova York, o primeiro vencimento da pluma acumula uma alta mais expressiva, de 9,3%, nos últimos 30 dias, reduzindo a queda em 12 meses para 2,9%. As cotações futuras de algodão se recuperaram recentemente com a valorização do petróleo, o aumento das exportações dos Estados Unidos, o clima seco em áreas produtoras norte-americanas e a redução efetuada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na projeção de área plantada em relação ao previsto em março.
“Além das incertezas atreladas à sustentação do crescimento da economia global em 2021, o aumento do consumo da pluma também tende a seguir sendo desafiado pelas perspectivas de preços do petróleo oscilando ao redor dos atuais US$ 42 por barril ao longo de 2021, o que conteria as cotações das fibras sintéticas, substitutas ao algodão”, diz a Cogo.
Para a safra 2020/2021, há registro de negócios “even” (sem prêmio ou desconto) ante o contrato dezembro de 2021 FOB no Porto de Santos (SP).
Apesar da reação na Bolsa de Nova York, o movimento de venda futura é limitado e o cenário é de migração de parte da área para a soja, mas essa decisão ainda não está definida.