Agricultura

Arroz brasileiro busca abertura do mercado chinês

Em fevereiro, mais de 103 mil toneladas do produto foram enviados para o exterior

Gâmbia, Venezuela, Senegal, Serra Leoa, Estados Unidos, Cabo Verde, Peru, Bolívia, Canadá e Panamá tiveram um ponto em comum em relação ao agro brasileiro em fevereiro. No mês, eles lideraram as compras de arroz (base casca) produzidos no país.

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As exportações do cereal totalizaram 103.755 toneladas no período e, assim, foram responsáveis por uma receita cambial na casa dos US$ 30,5 milhões. Os números foram divulgados na última sexta-feira (10) pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). Fora os dados relativos a fevereiro, a entidade ressaltou que trabalha para incluir a China entre os destinos do produto nacional.

Ainda segundo a Abiarroz, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os resultados de fevereiro ficaram abaixo dos alcançados no mesmo mês de 2022. Na ocasião, o volume exportado foi de 129 mil toneladas, o que representou, por exemplo, US$ 37,9 milhões em receita.

No comparativo com o primeiro bimestre de 2022, os embarques do arroz brasileiro para o exterior diminuíram, tanto em volume quanto em receita. De 270,9 mi toneladas e US$ 82,5 milhões para 252,8 mil toneladas e US$ 78,6 milhões.

Exportações do arroz beneficiado

arroz sobre a mesa
Foto: Pixabay

Já as exportações de arroz beneficiado em fevereiro somaram 5.642 mil toneladas, com divisas de US$ 2,6 milhões. As compras do cereal beneficiado, de maior valor agregado, foram lideradas pelos Estados Unidos. Na sequência, vieram países espalhados pela África e pelas Américas: Cabo Verde, Peru, Bolívia, Canadá, Gâmbia, Panamá, Bahamas, Venezuela e Angola.

Em busca do mercado chinês

lã niña influencia arroz
Foto: Unsplash

Uma das prioridades da Abiarroz para o decorrer deste ano é garantir a abertura de novos mercados, principalmente o da China. “O mercado chinês é de extrema importância para o arroz, pois é o maior produtor e consumidor mundial do produto”, diz a gerente de exportação da Abiarroz, Carolina Matos.

Nesse sentido, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetam uma queda de 2% na produção chinesa do grão em 2023. Entretanto, o USDA também prevê um aumento de 1% do consumo do produto. Ou seja, maior potencial para Pequim abrir espaço para importar o produto brasileiro.

“A indústria do arroz vem intensificando suas ações sustentáveis” — Carolina Matos

“O arroz brasileiro já está presente em mais de 100 mercados e pode apoiar o fornecimento do produto na região asiática”, pontua Carolina. A missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, assinala, será uma ótima oportunidade para aprofundar as relações bilaterais. A saber, o Ministério das Relações Exteriores confirma que Lula irá à China ainda em março.

“A Abiarroz vem trabalhando com o governo brasileiro a inclusão do produto beneficiado na pauta de negociações entre os dois países”, enfatiza a gerente de exportação da entidade. “Além de termos um produto de qualidade inquestionável, a indústria do arroz vem intensificando suas ações sustentáveis. Ao adquirir o arroz beneficiado, o passivo responsável pela emissão do gás metano, a casca do arroz, é reutilizada no Brasil pelas indústrias e cooperativas como forma de gerar energia limpa”, complementa.

Assunto para o ‘Mercado & Companhia’

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Foto: Canal Rural/divulgação

Os dados relacionados às exportações de arroz em fevereiro e as perspectivas do setor para este ano tiveram vez na tela do Canal Rural. Diretor de relações internacionais da Abiarroz, Gustavo Trevisan falou sobre o assunto ao ser entrevistado pela jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva durante a edição desta segunda-feira (13) do telejornal ‘Mercado & Companhia’ (vídeo acima).

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Editado por: Anderson Scardoelli.

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