O Plano Safra foi marcado por inovações. A afirmação é do presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, ao avaliar o planejamento divulgado nesta terça-feira, dia 18, em Brasília (DF), pelo Governo Federal. Conforme o dirigente, um dos principais pontos é a unificação dos planos da agricultura empresarial e familiar sem segregação, mas tratando cada segmento com a devida especificidade.
Dornelles destacou a linha de crédito para a construção de moradias para a agricultura familiar e, especialmente, o Fundo de Aval com uma linha para renegociações, anunciados durante o Plano Safra. “Eu vejo este Fundo como uma inovação muito forte que contempla as renegociações, inclusive como uma ferramenta inteligente e desafiadora, porque não sabemos como será a adesão e como se fará entre os produtores”, explicou.
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Apesar da alta moderada dos juros, Dornelles avaliou que há uma compensação à medida em que o apoio para o seguro agrícola, objetivando mitigar riscos, estará sendo fortemente subvencionado, com um valor histórico de R$ 1 bilhão. Além disso, o presidente da Federarroz lembra que os juros são altos quando comparados com os concorrentes internacionais. “Se comparado com o ano passado, haverá esta compensação à medida que teremos este apoio mais forte para a subvenção ao seguro agrícola. Esta é uma crítica não só a este Plano Safra, como também a edições passadas, pois seguimos com juros elevados no contexto que estamos inseridos neste mercado global. Dizem que o Brasil vai alimentar o mundo, mas precisa fazê-lo com custos compatíveis”, observou.
Especificamente para setor arrozeiro, o dirigente avaliou que infelizmente não há novidades, com exceção do aumento do preço mínimo na ordem de 9%. “Houve este aumento, mas não traz qualquer alento aos sérios problemas que temos com a influência do Mercosul e elevado custo de produção. Acreditamos que o arroz seguirá em processo de reconversão, a área cultivada deverá seguir caindo de forma consistente”, salientou.
Dornelles ressaltou que o Ministério da Agricultura fez um plano agrícola possível dentro da responsabilidade fiscal. “Foi o possível diante dos desafios do atual governo e do país. Apesar de acreditar que não traz nenhum motivo de comemoração, não deixa de ser inovador e positivo. Há uma clara percepção que os autores do plano deram atenção ao custeio e não privilegiaram investimento à medida em que o aumento de juro foi muito maior, mas para segmentos como a irrigação e armazenagem deverá ter claro incentivo”, complementou.