Segundo o documento, o Brasil pode apresentar redução de 70% na produtividade da soja e de até 60% no caso do trigo – tendo em vista a perspectiva de aumento de 2°C na temperatura até 2050.
Os extremos de calor e as alterações nos padrões de precipitação vão provocar efeitos adversos na produtividade agrícola, nos regimes hidrológicos e na biodiversidade. Caso haja elevação térmica de 4°C nesse mesmo período, as enchentes costeiras poderão causar perdas em torno de US$ 22 bilhões, por conta dos danos à infraestrutura e das perdas relacionadas ao turismo na região.
De acordo com o vice-presidente do Banco Mundial para a região, Jorge Familiar, os governos locais já estão estabelecendo políticas de redução destes impactos, como o incentivo ao uso de energia renovável – que contribui na redução das emissões de carbono na atmosfera – e à agricultura inteligente – essencial para garantir a segurança alimentar e promover o potencial da região como celeiro global.
O relatório regional analisa os impactos do aquecimento atual de 0,8°C e dos possíveis aumentos futuros de 2°C e 4°C acima dos níveis pré-industriais sobre a produção agrícola, os recursos hídricos, os serviços dos ecossistemas e a vulnerabilidade costeira em toda a América Latina e o Caribe. O documento baseia-se no relatório global de 2012 elaborado pelo Banco, que concluiu que, se não tomarmos imediatamente nenhuma medida concertada, o mundo poderá sofrer uma elevação de temperatura de 4 graus Celsius, acima dos níveis pré-industriais no final deste século.