Paraná

Besouro corintiano: saiba como combater essa praga

O inseto, também chamado de broca, é um dos principais inimigos da erva-mate, podendo levar a planta à morte; IDR-PR e Embrapa indicam controle biológico

Fevereiro é o mês de combater a broca-da-erva-mate (Hedypathes betulinus), inseto que é a mais importante praga dos ervais. Ele é também conhecido como besouro corintiano, pois tem o corpo preto coberto por pelos brancos, que são as cores do time de futebol paulista.

besouro corintiano
Foto: Francisco Santana/Embrapa

As larvas do corintiano constroem galerias no tronco da planta, impedindo a circulação normal da seiva, o que prejudica seu desenvolvimento e pode acarretar até mesmo a morte do pé. A broca aparece nos ervais a partir do mês de fevereiro, o que exige do produtor uma reação imediata para seu controle.

Especialistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e da Embrapa Florestas alertam que plantios bem manejados, cultivados em solos bem nutridos e sombreados, têm mais defesa contra a broca da erva-mate. As duas entidades vêm fazendo uma campanha de esclarecimento junto aos produtores sobre o controle da broca no Paraná.

O extensionista Jonas Bianchin, engenheiro florestal do IDR de Tunas do Paraná, informa que o besouro corintiano é registrada em toda a região de produção da erva-mate. Segundo ele, o inseto aparece em dois períodos: em novembro, quando emergem os filhotes, e em fevereiro, época de acasalamento. É comum os produtores desprezarem a praga.

“Se o produtor pensar que uma planta leva até cinco anos para iniciar a produção e a broca pode comprometer uma erveira, a perda é significativa”, alerta o extensionista.

O adulto da broca é um besouro que mede cerca de 2,5 cm de comprimento. Durante o processo de broqueamento, a larva vai compactando atrás de si a serragem, que lhe serve de proteção.

Manejo do besouro corintiano

Segundo Bianchin, o impacto da praga é menor nos ervais bem manejados. Árvores sombreadas e que recebem periodicamente adubação orgânica ou química têm maior resistência ao ataque da broca. O extensionista recomenda que os ervais sejam adubados a cada ciclo de colheita ou a cada 18 meses, para repor os nutrientes do solo.

Um problema recorrente nas áreas de erva-mate é o uso indevido de herbicidas não autorizados para a cultura. “Muitos produtores usam o glifosato para combater o mato, o que é proibido por lei. Esse produto acaba matando o mato e os inimigos naturais da broca, favorecendo a sua multiplicação”, diz Bianchin. O uso indevido de defensivos causa um desequilíbrio do ambiente e favorece o aparecimento de pragas, alerta.

Inseticida biológico

Susete Chiarello Penteado, da Embrapa Florestas, afirma que uma forma eficiente de controlar a broca nos ervais é fazer o controle biológico. Os produtores podem contar com o Bovemax, um inseticida biológico desenvolvido pela Embrapa Florestas em parceria com a Novozymes. O produto tem, como ingrediente ativo, esporos do fungo Beauveria bassiana, que provoca a morte dos insetos.

Segundo a pesquisadora, o Bovemax é o único produto com registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para uso na erva-mate.

O fungo provoca a morte dos insetos, que quando o besouro os esporos do fungo penetram em pontos frágeis do corpo do besouro corintiano quando este entra em contato com a superfície da planta onde foi aplicado o inseticida biológico. Isso acaba levando o inseto à morte em aproximadamente 20 dias.

Após esse período, o fungo cobre o corpo do inseto e o deixa com uma aparência esbranquiçada. Nessa fase os insetos contaminados passam a transmitir o fungo para insetos sadios, ampliando o controle da praga.

A eficácia do produto depende da sua correta utilização. Susete Penteado orienta que sejam feitas duas aplicações: uma em novembro e outra em fevereiro. Bianchin, do IDR-Paraná, ressalta que muitos produtores, na falta do Beauveria bassiana, usam produtos à base de outros fungos, o que não leva ao resultado esperado. Ele reafirma que somente o Bovemax foi desenvolvido especificamente para combater a broca da erva-mate.

O produto pode ser encontrado em casas agropecuárias. “A Embrapa não realiza a comercialização desse produto, mas a empresa que o fabrica já está abastecendo as casas agropecuárias”, afirma a pesquisadora.

A Para saber mais sobre a broca-da-erva-mate e as formas de controle, acesse o material da campanha informativa realizada pela

Mais detalhes sobre a a broca-da-erva-mate e as formas de controle podem ser encontrados na campanha informativa elabora da pela Embrapa Florestas e pelo Conselho Gestor da Erva-Mate do Alto Iguaçu (Cogemate), junto a outras entidades.