Como anunciado durante a campanha à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden assinou nesta quarta-feira, 27, uma série de medida do Executivo com foco em combater as mudanças climáticas. Para o presidente norte-americano, os problemas climáticos, como as secas e os incêndios nos Estados Unidos, ameaçam a própria existência da humanidade.
“Estamos falando sobre a saúde de nossas famílias e água mais limpa, ar mais limpo e comunidades mais limpas. Estamos falando sobre segurança nacional e a América [Estados Unidos] liderando o mundo em um futuro de energia limpa”, afirmou, pouco antes de assinar as medidas.
De acordo com a Casa Branca, Biden estabeleceu metas ambiciosas que garantirão que os Estados Unidos e o mundo possam atender às demandas urgentes da crise climática, ao mesmo tempo em que capacitarão os trabalhadores e empresas americanas a liderar uma revolução de energia limpa que alcance um setor de energia livre de poluição de carbono até 2035
“As ações de hoje promovem essas metas e garantem que estejamos aproveitando o talento, a coragem e a inovação dos trabalhadores americanos, revitalizando o setor de energia dos EUA, conservando nossos recursos naturais e alavancando-os para ajudar a conduzir nossa nação em direção a um futuro de energia limpa, criando empregos bem remunerados com a oportunidade de se filiar a um sindicato e oferecendo justiça para as comunidades que foram submetidas a danos ambientais”, diz o governo americano.
Biden e a relação com o Brasil
Desde a campanha do democrata, analistas políticos avaliam possíveis impactos na relação bilateral entre Estados Unidos e Brasil. Com a Europa já pressionando o governo brasileiro por mais sustentabilidade na produção agropecuária, o temor era de que Biden engrossasse o coro, podendo levantar até barreiras comerciais.
Em seu discurso nesta quarta-feira, o presidente dos EUA não mencionou o Brasil, nem a Amazônia diretamente. Porém, deixou claro que o governo americano trabalhará para reforçar a luta contra as mudanças climáticas em nível mundial.
“A ordem executiva estabelece claramente as considerações climáticas como um elemento essencial da política externa e segurança nacional dos Estados Unidos”, diz a Casa Branca. “A ordem afirma que, ao implementar – e desenvolver – os objetivos do Acordo de Paris, os Estados Unidos exercerão sua liderança para promover um aumento significativo da ambição global. Ele[Biden] deixa claro que tanto as reduções significativas de emissões globais de curto prazo quanto as emissões globais líquidas zero em meados do século 21 – ou antes – são necessárias para evitar colocar o mundo em uma trajetória climática perigosa e potencialmente catastrófica”, complementa.
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Estímulo à agricultura sustentável nos EUA
O governo Biden se comprometeu também com a meta de conservar pelo menos 30% das terras e oceanos até 2030. Segundo a Casa Branca, há um chamamento para que proprietários de terras agrícolas e florestais, pescadores, tribos, estados, territórios, autoridades locais e outros para identificar estratégias que irão resultar em ampla participação.
“A ordem também pede o estabelecimento de um Grupo Civil sobre Clima para “colocar uma nova geração de americanos para trabalhar conservando e restaurando terras e águas públicas, aumentando o reflorestamento, aumentando o sequestro de carbono no setor agrícola, protegendo a biodiversidade, melhorando o acesso à recreação e lidar com as mudanças climáticas”.
O secretário da Agricultura, Tom Vilsack, foi orientado a coletar informações com agricultores, pecuaristas e outras partes interessadas sobre como usar programas federais para encorajar a adoção de práticas agrícolas inteligentes para o clima que produzam reduções e sequestros de carbono e criem novas fontes de renda e empregos para as áreas rurais americanas.