O Brasil registrou 52 defensivos biológicos em 2018, mesma quantidade liberada na União Europeia em igual período, mas esses produtos ainda não são muito populares por aqui. Segundo o Ministério da Agricultura, 43% dos produtores ainda não conhecem os biodefensivos e 39% utilizam em alguma área da lavoura.A diretora executiva da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), Amália Borsari, ressalta a falta de informação a respeito dos biológicos, que são confundidos muitas vezes com agroquímicos. Os produtos, além de proporcionarem boa produtividade, geram menos risco às pessoas e ao meio ambiente, por usarem inimigos naturais das pragas, como fungos e bactérias. Atualmente, seu uso é mais comum em lavouras de soja e cana-de-açúcar.
Dados mostram que o mercado de biológicos no Brasil cresceu 70% no último ano, movimentando R$ 464,5 milhões. Em 2019, já foram registrados 14. Eles surgem para substituir moléculas antigas, mas não totalmente. Amália reforça a importância de ‘usar o biológico sempre que possível e o agroquímico sempre que necessário’, para obter bons resultados nas culturas.
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Polêmica infundada
O registro de agroquímicos se intensificou em 2019, o que abriu margem para críticas de ambientalistas. Mas, de acordo com o Ministério da Agricultura, a comercialização de defensivos vai na contramão, caindo.
A pasta reforça que se os produtores rurais pudessem, eles não usariam agrotóxicos, pois os produtos são caros e representam até 30% dos custos de produção. Mas, infelizmente, sem o uso de pesticidas, cerca de 40% dos alimentos produzidos hoje seriam perdidos para pragas e doenças, o que se refletiria nos preços e afetaria o acesso de pessoas a alimentos de qualidade. O alerta é da Organização das Nações Unidas (ONU).
O ministério também esclarece que não há liberação dos agroquímicos por parte do governo. Ele apenas concede registro para produtos industriais e formulados, cabendo às empresas a decisão de comercializar ou não.
Dos 262 produtos registrados em 2019, por exemplo, 136 são produtos técnicos, destinados exclusivamente para o uso industrial. Outros 126 são produtos formulados, que já estão prontos para serem adquiridos pelo setor produtivo, mas apenas mediante recomendação de um engenheiro agrônomo.
*com supervisão de José Florentino