A produção brasileira de grãos 2018/2019, se confirmada, constituirá um novo recorde histórico, com impactos altistas para o PIB agropecuário e baixistas para a inflação de alimentos, avalia o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na terça-feira, dia 11, a estimativa de maio para a safra brasileira de grãos 2018/2019. A expectativa para a produção total de grãos, de 238,9 milhões de toneladas, é maior do que a registrada na safra anterior (227,7 milhões de toneladas) e superior ao apontado no levantamento de maio (mais 0,9%, ou 2,18 milhões de toneladas).
No caso da soja, a produção deve registrar queda, associada à redução na produtividade. No caso do milho, o país deve observar uma forte elevação da produção da segunda safra, mais do que compensando a queda na primeira safra do grão.
Segundo o boletim do Bradesco, as boas perspectivas para a produção brasileira de milho não se verificam nos EUA. A frustração para a safra de milho norte-americana foi confirmada na terça pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Houve uma redução das estimativas de estoques finais de milho no país, que oscilaram de 63,1 milhões de toneladas em maio para 42,6 milhões de toneladas em junho.
A produção do cereal, apesar de ter sido revisada para baixo (-5%), registrou queda menos intensa do que o esperado por analistas do mercado (-10%), diz o Bradesco. Os estoques mundiais estão projetados em cerca de 290,5 milhões de toneladas, queda de 8% em relação ao apontado no último levantamento.
Para a soja, o USDA não alterou expectativas sobre a produção nos Estados Unidos, mantendo a relação global estoque/consumo em nível bastante elevado. No caso do milho, considerando o atraso no plantio nos EUA, “o viés para os preços é altista, por um lado, a despeito da relação estoque/consumo esperada continuar pouco acima da média histórica”, relata o banco.
Ao mesmo tempo, esse atraso norte-americano pode gerar algumas oportunidades de curto prazo para a produção brasileira do grão, tradicionalmente voltada para o mercado doméstico, conclui o Bradesco.