Um dos mais antigos hábitos do brasileiro – aquela tradição de tomar seu cafezinho feito na hora – tem adquirido novas roupagens com sabores e formas diferenciadas e registra aumento cada vez maior no consumo per capita.
O consumo de café em no mundo foi estimado em 165 milhões de sacas de 60 quilos num período seguido de doze meses. No Brasil, maior produtor e exportador do grão, o consumo foi calculado em 21 milhões de sacas anuais, número que representa em torno de 13% do que é bebido de café no planeta. Os dados são da última pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic).
A consultoria Euromonitor International também resolveu quantificar esta paixão: o consumo per capita médio em 2018 foi de 818 xícaras, uma média seis vezes maior do que a global. As informações foram levantadas entre novembro de 2017 a novembro de 2018 e demonstram crescimento de 4,8% comparado ao mesmo período anterior.
Também foi constatado na pesquisa que o consumo de cafés em pó atingiu 81% e expressos e em cápsulas 19%, do total da demanda nacional.
De acordo com analistas, os números sinalizam que o consumo interno deve continuar crescendo continuamente até 2021, a uma taxa média de 3,5% ao ano, em decorrência da retomada econômica e de mudanças de hábitos de consumo pela população brasileira.
Em relação à qualidade, a pesquisa destaca que os consumidores brasileiros estão cada vez mais exigentes, como resultado de mais conhecimento sobre os atributos positivos do produto, como características intrínsecas, diferenças no preparo, diferentes regiões produtoras específicas e em decorrência de muita divulgação de concursos de qualidade.
Esses fatores são ainda potencializados pelo interesse dos consumidores por cafés gourmet e especiais, que possuem melhor qualidade e valor agregado, o que contribui para remunerar melhor agentes da cadeia produtiva.
Exportações
O total das exportações em 2018 foi de 35,15 milhões de sacas de 60 quilos, volume 13,7% maior do que o ano anterior. Essa performance é atribuída principalmente à safra recorde, de 61,66 milhões de sacas, além da depreciação da moeda brasileira em relação ao dólar norte-americano.
Além disso, a safra brasileira ocorreu em um ano de bienalidade alta dos cafés arábicas, fenômeno que alterna maior produção em uma safra com menor produção na seguinte.
Mercado de café aposta em safra cheia no Brasil e em pressão nos preços