As exportações brasileiras de café em 2020 devem repetir ou até superar o recorde de 2019, opinou nesta quarta-feira, 15, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nelson Carvalhaes, em entrevista coletiva. “Tudo indica que, com a boa safra 2020/2021, o segundo semestre terá grande incremento nas exportações”, disse ele. “O piso para 2020 deve ser o desempenho do último ano civil, com possibilidade de um número superior”.
A receita com exportações em 2020 também deve avançar, segundo ele. O Cecafé divulgou nesta quarta-feira que em 2019 o Brasil bateu o recorde histórico de exportações de café, com volume total – de café verde, solúvel e torrado e moído – de 40,61 milhões de sacas de 60 quilos. O recorde anterior era de 2015. A receita cambial, entretanto, recuou 1,1% no período, para US$ 5,1 bilhões. O motivo é a queda no preço médio da saca, que recuou 13,2% em um ano, para US$ 125,49.
Carvalhaes não quis estimar o tamanho da safra 2020/2021, já que o Cecafé não trabalha com projeções de safra. No entanto, ele deu uma ideia sobre o que diz o setor: “Pelo sentimento de mercado, se diz que a safra é boa, mas não repete 2018, que foi recorde. Nós, no entanto, não temos condições técnicas de ter esse número.”
Ele destacou que, pela qualidade e pelas chuvas, a próxima safra, que deve começar a ser colhida entre abril e maio, pode ser boa mesmo sem bater recorde. O presidente da entidade disse também que os estoques globais não crescem e os estoques brasileiros estão “justos”. “O bom volume de exportações em 2019 se deve à safra recorde no ano anterior. O primeiro semestre de 2020 não deve ser tão agressivo no volume de embarque mas, a partir de julho, devemos ter desempenho melhor”, completou.