Com o início da primavera, algumas das principais regiões produtoras de café já começam a registrar floradas da safra 2019/2020. Segundo a consultoria Safras & Mercado, a previsão do tempo indica chuvas para os cafezais, porém de maneira irregular.
“O que se tem em setembro são chuvas irregulares, mas que podem ajudar. O produtor rural deve ficar de olho porque qualquer falta de umidade pode comprometer o pegamento do grão”, alerta o consultor Gil Barabach.
Preços
A Safras & Mercado indica que os preços, em valores reais, do grão já caíram mais de R$ 90 em um ano. A saca do produto bebida dura, com 15% de catação no sul de Minas Gerais saiu de R$ 493 em 2017 para R$ 400 atualmente. Na média dos últimos cinco anos, de R$ 510, o valor já caiu R$ 110.
“Este não é o pior preço da história, mas é um valor que incomoda bastante. Aliado a isso, tem o custo em dólar, que com a alta, tem diminuído a margem do produtor rural”, afirma Barabach.
Tendência
Depois de atingir o menor patamar de preço em 13 anos na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o analista projeta que se houver uma movimentação de alta, deverá acontecer após as eleições presidenciais.
“Alguns fatores estão pesando sobre as cotações do grão. O primeiro é o excesso de oferta no mercado mundial. Além da oferta do Brasil, estamos em um período de entrada de café de outros países, como Colômbia e Vietnã”, explica.
A valorização do dólar e a expectativa em relação às floradas desta nova safra também impactam os preços. “A projeção é que, definido o presidente, o dólar se acomode e os valores do café melhorem. Outro fator que deve aliviar as cotações são os dados da próxima safra de café”, comenta.
Em sua última estimativa, a consultoria projetou produção de café na safra 2018/2019 em 60,5 milhões de sacas de café, número recorde.
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