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Etanol: baixa demanda faz vendas caírem até 50%; setor pede socorro

O setor sucroalcooleiro aguarda um pacote de ajuda do governo que inclui redução de imposto do etanol, aumento de tributo da gasolina e linhas para estocagem do produto

colheita de cana
Foto: Neide Makiko/ Embrapa Informática Agropecuária

A desaceleração da economia e as medidas de isolamento para controle da disseminação do novo coronavírus já impactam o setor sucroalcooleiro. Nos primeiros quinze dias de abril, a comercialização no Centro-Sul do Brasil de etanol hidratado ao mercado interno caiu 35,7% frente a mesma quinzena do ano passado, atingindo  560,4 milhões de litros. 

As vendas de etanol anidro também registraram redução de 50,5% nos primeiros quinze dias de abril na comparação com 2019, chegando a 201,2 milhões de litros. 

A queda drástica da demanda por combustíveis, as retrações nas cotações internacionais do petróleo e o recuo nos preços do açúcar já impactam o faturamento do setor. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), na primeira quinzena de abril, a receita com a venda de etanol caiu quase 50% na comparação com os valores registrados no mesmo período de 2019.

Ajuda ao setor

O setor pede ao governo um pacote de ajuda para evitar que mais perdas sejam registradas. Empresas sucroenergéticas já enviaram documento solicitando a redução de PIS/Cofins do etanol, aumento da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e recursos para estocagem de etanol.  

“O anúncio de medidas emergenciais é absolutamente urgente e necessário para reduzirmos o risco de colapso das atividades do setor”, ressalta Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica. 

Já o analista de mercado da consultoria Safras & Mercado Maurício Muruci diz que ‘algo deve surgir no horizonte, mesmo que em níveis bem abaixo da demanda do setor produtivo em termos de recursos financeiros’.