O diretor executivo da Raízen Trading, Paulo Neves, avaliou que a guerra comercial entre Estados Unidos e China abre espaço para o etanol brasileiro no mercado oriental. Os chineses têm um mandato de chegar a uma mistura de 10% de etanol à gasolina em 2020, o que geraria uma demanda anual de 17 bilhões do biocombustível, com a necessária importação de 2,5 bilhões de litros.
Como apenas Brasil e Estados Unidos são exportadores em larga escala do etanol, os brasileiros podem ocupar o vácuo aberto com a redução na oferta dos norte-americanos. Dados apresentados por Neves apontam que os Estados Unidos exportaram 500 milhões de litros para a China na primeira metade de 2018, antes da guerra comercial com os chineses. Depois da disputa, foram 200 milhões de litros de exportação aos chineses.
- Etanol recua em 17 estados e no DF, diz ANP; preço médio cai 0,8%
- Programa RenovaBio deve injetar R$ 9 bilhões no setor de bioenergia
No caso do Japão, segundo o executivo, o cenário é diferente, com os Estados Unidos ocupando mercado brasileiro naquele país. “A realidade é que o etanol brasileiro (de cana), que tem 60% de redução de emissões, financia e subsidia a entrada do etanol americano (de milho e com menor redução de emissões)”, disse.