A safra 2020/2021 de cana-de-açúcar apresenta o maior valor total de produto gerado em toda a série histórica, chegando a 85,03 milhões de toneladas de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) até 16 de novembro, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A qualidade da matéria-prima processada na primeira quinzena de novembro, mensurada a partir da concentração de ATR, aumentou 4,55%, atingindo 153,56 kg por tonelada em 2020, contra 146,88 kg verificados na mesma quinzena do último ano. No acumulado, o indicador assinala 145,17 kg de ATR por tonelada, com aumento de 4,29% em relação ao valor da safra 2019/2020.
A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas do Centro-Sul totalizou 20,34 milhões de toneladas na primeira metade de novembro, aumento de 2,24% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2019/2020. No acumulado desde o início deste ciclo até 16 de novembro, a moagem somou 585,73 milhões de toneladas – crescimento de 3,69% no comparativo com o mesmo período do último ciclo agrícola.
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O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, destaca que “em São Paulo a moagem de 350,06 milhões de toneladas registrada até 16 de novembro já supera o total de 332,13 milhões de toneladas verificado na safra 2019/2020”.
Em relação ao número de usinas em operação, 80 empresas encerraram a moagem na primeira quinzena de novembro. No acumulado, já são 147 unidades com a safra 2020/2021 encerrada, ante 126 verificadas no mesmo período de 2019. Para a próxima quinzena, outras 67 empresas devem finalizar as operações do atual ciclo agrícola.
As empresas que já finalizaram a safra 2020/2021 registraram aumento de 1,40% na moagem de cana-de-açúcar e crescimento de 7,1% na quantidade de produtos fabricados em comparação com o valor total observado no ciclo 2019/2020.
Produção de açúcar e de etanol
Em decorrência da maior moagem, da melhor qualidade da cana-de-açúcar e do mix mais açucareiro, a produção de açúcar cresceu 57,02% nos 15 primeiros dias de novembro, com 1,24 milhão de toneladas fabricadas. No agregado desde o início da safra, a produção de açúcar atingiu 37,66 milhões de toneladas, ante 26,07 milhões de toneladas em igual período de 2019.
Como reflexo, 46,49% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar até o dia 16 de novembro, ante 34,80% na mesma data de 2019. A despeito desse fato, na safra 2020/2021, a maior parte da cana-de-açúcar processada (53,51%) continua a ser direcionada para a fabricação de etanol.
O volume de etanol fabricado na quinzena, por sua vez, registrou queda de 9,58%, com um total de 1,18 bilhão de litros no início de novembro. Desse total, o volume de etanol anidro aumentou 16,77%, atingindo 498,77 milhões de litros. A produção quinzenal de hidratado apresentou queda de 22,41%, totalizando 680,91 milhões de litros.
“O aumento na produção de etanol anidro na quinzena retrata o esforço das empresas em priorizar a fabricação do produto para o suprimento do mercado interno ao longo da entressafra”, diz Rodrigues.
No acumulado desde o início da safra até 16 de novembro, a produção de etanol alcançou 28,29 bilhões de litros, dos quais 19,25 bilhões de litros de etanol hidratado e 9,05 bilhões de litros de etanol anidro.
Em relação ao etanol de milho, foram fabricados 114,53 milhões de litros na primeira metade de novembro de 2020. No agregado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de novembro, a produção somou 1,52 bilhão de litros, aumento de 87,42% sobre o volume apurado no mesmo período de 2019.
“A produção de etanol de milho tem apresentado crescimento e deve ampliar a oferta do biocombustível nos próximos meses de entressafra da cana”, acrescentou o executivo da Unica.
Vendas de etanol
O volume comercializado nos primeiros quinze dias de novembro deste ano somou 1,32 bilhão de litros. Desse total, as exportações mantém o ritmo aquecido com o embarque de 139,43 milhões de litros para o mercado externo.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado somaram 790,79 milhões de litros na primeira metade de novembro, com redução de 17,26% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (955,73 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou aumento de 2,18%: 394,55 milhões de litros vendidos em 2020, contra 386,13 milhões de litros em 2019.
“A retração nas vendas de etanol hidratado combustível nesta quinzena foi inferior àquela verificada nos outros meses da safra e, além disso, foi parcialmente amenizada pelo crescimento das exportações e pelas vendas de etanol anidro”, explica Padua.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de novembro, as vendas de etanol pelas empresas do Centro-Sul acumulam retração de 12,46%, somando 19,05 bilhões de litros. Desse total, as exportações acumulam alta de 40,82%, totalizando 1,94 bilhão de litros, e as vendas de mercado interno registram redução em torno de 16%, com 17,10 bilhões de litros.