Todas as cidades do estado de São Paulo estão em quarentena, para conter o avanço do coronavírus, desde a última terça-feira, 24, devido um decreto do governador do estado, João Dória. A medida obriga o fechamento do comércio e mantém somente os serviços essenciais, em funcionamento. Segundo o diretor da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo e presidente da Aprosoja-SP, Gustavo Chavaglia, o prolongamento desta paralisia da economia pode cobrar um alto custo do setor canavieiro.
A data limite para a quarentena no estado é 7 de abril, mas pode ser prorrogada. O estado registra até o momento 810 casos confirmados da doença, segundo o Ministério da Saúde.
O agronegócio paulista já começa a ser impactado por esta paralisia na economia, afirma Chavaglia. Afinal, as usinas de açúcar e etanol irão começar os processamentos de cana-de-açúcar agora, mas a queda na demanda por etanol e açúcar podem trazer problemas.
“Com essa contenção das pessoas em casa há um consumo menor de combustíveis, por exemplo e o setor do etanol, que já sofria um impacto com a queda mundial no valor do petróleo (consequentemente dos combustíveis), pode ver a crise aumentar com essa parada na economia”, diz Chavaglia.
Segundo ele, a entidade que reúne as usinas do estado tem buscado junto ao governo maneiras de evitar um problema maior, mas faz um conta rápida mostrando o tamanho do problema.
“Começando a safra agora e todos irão produzir etanol. Mas se não tem consumo, ao encher os reservatórios, irão parar de produzir e os produtores ficarão com a cana sem vender também”, afirma.
Agro como serviço essencial
Segundo Chavaglia, após um apelo do setor agro, o governador do estado decidiu incluir o agronegócio como um serviço essencial, portanto não precisa parar suas atividades.
“Nossa preocupação do setor agro são a respeito de decretos municipais, que não respeitam a manutenção de serviços essenciais. Aqui no estado de São Paulo, o secretário de agricultura sensibilizou o governador, que por sua vez assinou um decreto colocando a agricultura com um serviço essencial também.”
Ele ainda afirma que os fiscais devem se atentar aos serviços que são fundamentais para que o agro funcione perfeitamente e integralmente.
“O meu apelo é que todos os prefeitos estejam conectados com essa determinação do estado e mantenham os serviços básicos funcionando. Até para atender as necessidades de alimentação das próprias cidades. Os fiscais precisam ter bom senso antes de autuar algum estabelecimento que prestem serviços para a área agrícola, como lojas de peças, borracharias, oficinas entre outras, que são necessárias para o funcionamento do setor”, finaliza ele.