Agricultura

Dia do Agricultor: uma homenagem aos que trabalham de sol a sol

Neste 28 de julho, o Canal Rural abre espaço àqueles se dedicam à produção de alimentos

Desde 1960, o dia 28 de julho é especial para quem faz parte da agricultura brasileira. Daquele ano em diante, a data passou, por meio de decisão do então presidente Juscelino Kubitschek, a ser reconhecida como o Dia do Agricultor. Na ocasião, a celebração foi imposta para marcar o centenário do Ministério da Agricultura.

Mais de seis décadas depois, o setor evoluiu. A começar pela pasta em questão, que, atualmente, chama-se oficialmente Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — também conhecido pela sigla Mapa — e que tem sob seu guarda-chuva o setor que, sozinho, foi responsável por já apresentar superávit comercial de US$ 43,7 bilhões no acumulado do primeiro quadrimestre de 2022.

Com a data, o Canal Rural se propôs a dar o devido destaque aos profissionais que são os verdadeiros protagonistas da agricultura nacional, os produtores rurais que trabalham de sol a sol, sempre se dedicando à produção de alimentos. São homens e mulheres que fazem, no dia a dia, o Brasil ser reconhecido internacionalmente como uma potência agrícola.

Tudo começou com um presente

laranja
Foto: Pixabay

E o protagonismo da agricultura brasileira passa, por exemplo, por Antônio Carlos Simonetti, que pertence à quarta geração da família que há décadas se dedica a produzir laranja em cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Tony, como é conhecido entre colegas e familiares, ele se orgulha de ser um agente do setor que movimenta o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

“Na veia nossa não corre sangue, corre suco de laranja” — Antônio Carlos Simonetti

“Na veia nossa não corre sangue, corre suco de laranja. A citricultura é a nossa vida”, destaca Tony, ao lembrar que a história começou na década de 1940, com as mudas que seu bisavô ganhou. De poucas mudas, a família é responsável pelo cultivo de mais de um milhão de pés.

Um exemplo de superação

agricultura familiar Recife, garantia-safra
Foto: Divulgação

A história da família Correia Poli é de desafio e superação. Entre tantos momentos da trajetória na na produção de hortaliças e legumes, a Giovana relembra uma delas. Em um desses obstáculos da vida, a família perdeu o caminhão utilizado no transporte e quase teve que sair da atividade campestre. Forte e cheia de esperança, ela foi buscar ajuda com o vizinho. “Ele vinha com a pampa e a gente ia fazer as entregas nos mercados”, relembra.

“Quero trabalhar e passar essa atividade para os meus filhos” — Cristian Willian Correia Poli Filho

“O produtor tem que ter muita fé… muita fé e esperança, porque tem hora que dá vontade de abandonar tudo”, admite Valentin Antônio Poli. Apesar das dificuldades, o trabalho familiar no campo seguirá por mais geração, isso no que depender do filho de Giovana, Cristian Willian Correia Poli Filho. “Quero trabalhar e passar essa atividade para os meus filhos”, conta o jovem agricultor.

Mudanças e desafios

milho
Milho. Foto: Jonas Oliveira/AEN

Em Jaciara, Mato Grosso (MT), a dona Ondina Inez Botton esbanja simpatia e vontade de vencer. Natural do Rio Grande do Sul, em 1980, ela foi em busca de trabalho e um futuro melhor. Assim, mudou-se para o Centro-Oeste. Em 2007, depois da separação do marido, ela teve de encarar um novo desafio — tanto na vida pessoal quanto na profissional.

“Orgulho pelo passado e esperança no futuro, que será de assim para melhor” — Maísa Botton

“Eu tinha produzir e muitas coisas para pagar. Por isso, fui montando essa agricultura de precisão”, conta a agricultora, que elogia a terra onde trabalha. Determinação que inspirou a própria filha, que já está inserida na atividade da família que, entre culturas como algodão, milho e soja, tem plantações em mais de 7,5 mil hectares. “Orgulho pelo passado e esperança no futuro, que será de assim para melhor”, diz Maísa.

Mais uma família de agricultores

Foto: Departamento de Agricultura de Iora
Foto: Departamento de Agricultura de Iora

No município de Cristalina, no interior de Goiás, Luís Felipe Bonato pertence à quarta geração de produtores de trigo da família. Jovem, ele resume o sentimento de aprendizado com a trajetória do pai, Paulo Bonato, que transformou a fazenda em recordista em produtividade agrícola. “Gratidão por tudo. E ele pensa em deixar para mim, como eu também penso em como vou deixar [a atividade rural da família] para os meus filhos”, comenta Luís Felipe.

“Se eu não tiver um sucessor que venha a fazer as coisas que a lavoura em si necessita, a vida perde o sentido” — Paulo Bonato

Pensamento que faz o pai de Luís Felipe se orgulhar. “É a realização. Se eu não tiver um sucessor que venha a fazer as coisas que a lavoura em si necessita, a vida perde o sentido”, afirma Paulo Bonato. Nesse sentido, neste Dia do Agricultor, ele valoriza a base familiar. “Você tem uma família que, quando você chega à noite cansado e um pouco frustrado, está lá para te dar apoio.”

Dia do Agricultor: com a palavra, os produtores rurais

Close up of soybean plant in field
Foto: Reprodução

“O agricultor é batalhador, desafiador. Ele encara com o coração e com o amor o que ele faz” — Antônio Carlos Simonetti

“Tem um amigo que fala: é ser um jardineiro de Deus você saber extrair daquela sementinha plantada e poder fazer com ela cresça e consiga frutificar” — Paulo Bonato

“O mundo precisa muito de alimento e nós estamos aí para fazer” — Ondina Inez Botton

“Ser agricultor é ser vitorioso” — Giovana Correia Poli

 

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