A Embrapa Cerrados lançou seis novas cultivares de mandioca de mesa. Além de alto potencial de rendimento para as principais regiões produtoras e coloração variada da polpa, uma das variedades apresenta ainda licopeno, antioxidante com ação de proteção contra o câncer.
Três das novas cultivares apresentam polpa amarela (BR 396, BR 397 e BR 399), uma tem coloração creme (BR 398) e as outras duas, são rosadas (BR 400 e BR 401).
Todas as variedades exigem manejo adequado e solo fértil para atingir o potencial de produtividade média de 40 toneladas por hectare, mas podendo chegar até o dobro do rendimento. Na região do Distrito Federal, onde foram lançadas, a média produtiva é de 16 toneladas por hectare.
Produtores rurais participaram da pesquisa e deram a palavra final de quais seriam as melhores opções para plantio e retorno econômico.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Eduardo Alano,foram selecionados apenas produtores que tivessem a mandioca como principal cultura da propriedade. Dessa forma, diz ele, a pesquisa ganhou respostas não apenas do desempenho agronômico como também da comercialização.
Um desses agricultores foi José Arnaldo Falqueto, de Planaltina (DF), que está fazendo a segunda colheita de novas variedades. A favorita do produtor é a BR 398.
“Há outras muito boas, mas esta tem raízes mais uniformes, produz ‘ligeiro’ e tem alta produtividade”, conta Falqueto.
Mandioca rosada
Uma das variedades de cor rosada apresenta licopeno, substância encontrada principalmente no tomate. Como a cor não é comum em mandiocas, os consumidores estranharam quando o a primeira colheita do produto foi oferecida na feira.
“Falaram que era produto geneticamente modificado, que não prestava… “, diz Falqueto. Por falta de informação, o produto não foi vendido e acabou virando ração para vacas e porcos.
Todas as novas variedades tem cozimento em menos de 30 minutos. A mandioca rosada, depois de cozida, adquire uma coloração avermelhada.
A mandioca rosada traz como benefício a prevenção de câncer de próstata, de acordo com o pesquisador bioquímico de plantas Luiz Joaquim Carvalho. Já o material de cor amarela mais intensa tem betacaroteno, vitamina A. O amarelo mais claro, por sua vez, tem luteína, que previne vista cansada.
“Nós estamos fazendo macarrão de mandioca, ketchup de mandioca vermelha, além de cápsulas da vermelha e da amarela”, diz Carvalho.