A fabricante de máquinas agrícolas John Deere anunciou estar lançando tratores autônomos capazes de arar campos por conta própria e pulverizadores que distinguem ervas daninhas de culturas.
Segundo a empresa, essas máquinas tornarão a agricultura mais rápida e eficiente do que jamais poderia ser com apenas os agricultores por trás do volante.
“Trata-se de fazer mais com menos”, resumiu o executivo-chefe da Deere, John May.
Até o fim da década, May projeta que 10% da receita anual da Deere virá de taxas pelo uso de software.
O uso generalizado de software para equipamentos operacionais é uma novidade na indústria agrícola.
Mas, por mais que os agricultores estejam dispostos a testar novas tecnologias, muitos estão lutando com o custo de produtos essenciais, incluindo fertilizantes e combustível, cujos preços subiram no ano passado.
A Deere, que gerou US$ 44 bilhões em vendas em 2021, vende cerca de 60% dos tratores de alta potência usados nos EUA e no Canadá. Seu sistema de piloto automático em tratores e colheitadeiras já é um recurso padrão em quase todas as grandes máquinas agrícolas da empresa.
Até 2026, os planos são de conectar 1,5 milhão de máquinas em serviço e meio bilhão de acres em uso na nuvem do John Deere Operations Center, que coletará e armazenará dados de culturas, incluindo milhões de imagens de ervas daninhas que podem ser alvo de herbicidas.
A venda de assinaturas do software para agricultores deve gerar margens de lucro mais altas do que as vendas das máquinas verdes e amarelas da Deere, que continuarão a representar a maior parte dos produtos comercializados.
Um relatório de 2021 de analistas da Bernstein estimou a margem bruta média para software agrícola em 85%, em comparação com 25% para vendas de equipamentos. Até 2030, a Deere disse que oferecerá modelos autônomos para toda a sua linha de equipamentos.