Com o plantio já autorizado no Paraná, a expectativa é de recuperação na safra de verão. No Rio Grande do Sul, o vazio sanitário termina apenas no dia 10 de outubro, mas a estimativa também é positiva para a próxima temporada. As projeções iniciais indicam ganho de área para os dois estados, com destaque para a alta produtividade da soja.
No Rio Grande do Sul, a estimativa inicial da safra 2022/23 aponta leve incremento de área total em relação à temporada passada. Espera-se que de 8,162 milhões vá para 8,293 milhões. Ou seja: alta de 1,6% de um período para o outro.
A projeção de área plantada para a soja é de 6,558 milhões de hectares, o que representa 2,83% a mais em relação aos 6,387 milhões de hectares do ciclo de 2021/22. Para o estado gaúcho, a produtividade da oleaginosa é estimada em 20,563 milhões de toneladas, o que, por sua vez, representa alta de 124% ante à safra anterior, que atingiu 9,163 milhões de toneladas.
No Rio Grande do Sul, o milho deve alcançar uma produção de 6,102 milhões de toneladas. Volume esse 104% maior em comparação com a temporada passada, quando totalizou 2,983 milhões de toneladas. A área deve chegar a 831 mil hectares, 5,91% acima da safra anterior, que fechou em 785 mil toneladas.
No total, a safra de grãos estimada no Rio Grande do Sul para a temporada 2022/23 é de 33,800 milhões de toneladas. Para a Emater-RS, a expectativa é de recuperação, inclusive para as finanças do agricultor do estado
“Que tenhamos um preço que remunere o produtor, que nós vivemos hoje um período de custos que exigem muito do produtor muita gestão, a caneta tem que estar hoje na mão do produtor”, afirma Alencar Paulo Rugeri, diretor técnico da Emater-RS.
Safra de verão no Paraná
No Paraná, o milho está perdendo área para a soja. Desta vez, o enfezamento que afetou muitas lavouras tem levado produtores a optar pela oleaginosa. A redução de área do milho primavera passou de 432 mil hectares para mais de 406 mil (406,4) hectares, redução de 6% por cento. No entanto, a produtividade estimada para o cereal em solo paranaense é de 3,963 milhões de toneladas, alta de 34%.
Para a soja, a nova safra paranaense prevê 5,735 milhões de hectares. Acréscimo de 1%em relação ao ciclo anterior, que foi de 5,670 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 21,504 milhões de toneladas, alta de 78% na comparação com a safra anterior, que encerrou com 12,056 milhões de toneladas. No entanto, vale lembrar que a base de comparação é de uma safra que teve prejuízos com a estiagem prolongada.
Totalizando a área de grão, a safra de primavera e verão deve atingir 6,283 milhões de hectares, para uma produção estimada de 25,870 milhões. Alta de 68% e 10 milhões de toneladas a mais frente à safra frustrada de 2021/22, que contabilizou 15,631 milhões de toneladas.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, a expectativa é de restabelecimento do quadro de oferta. Além disso, ele espera que a nova temporada de plantio traga um padrão de mais normalidade na relação de preços e custos para os agricultores paranaenses.
“Tudo piorou. O trigo, por exemplo, que estava acima de R$ 120, hoje não passa de R$ 95”, comentou Ortigara. “A soja depende do humor e da safra americana, o milho na faixa de R$ 73…O agricultor prefere sempre apostar na primavera em soja, que tem essa perspectiva de superar 21 milhões e meio de toneladas, e deixam o milho, havendo condição de semear, a partir do final de janeiro”, prosseguiu o secretário.