Os estoques físicos de suco de laranja disponíveis em 30 de junho de 2018 somaram cerca de 342,9 mil toneladas, alta de 219% frente às 107,4 mil toneladas existentes na mesma data do ano passado. As informações são da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Lembrando que o resultado registrado em 2017 foi o pior da história.
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da entidade, destaca que o crescimentos dos estoques se dá em um momento estratégico. A produção 2018/2019 no cinturão citrícola está sendo prejudicada pela estiagem. Algumas regiões estão há 120 dias com pouca ou nenhuma chuva. “As variedades mais afetadas foram as precoces, mas há efeitos sobre as de meia estação e tardias”, diz.
Outro reflexo da seca é aumento na severidade de algumas doenças, como o greening, o que elevaria a taxa de queda de fruto. Com todo esse cenário, Netto diz que o tamanho da quebra só será conhecido na próxima estimativa do Fundecitrus, em 10 de setembro.
A CitrusBR estima um estoque inicial em torno de 146 mil toneladas, o que configura, segundo Netto, mais um ciclo desafiador para as indústrias paulistas. Os dados ainda não levam em consideração possíveis quebras decorrentes da falta de chuvas.
Oferta de fruta
O mercado interno de mesa deve absorver 40 milhões de caixas das 288,20 estimadas no total. Deixando o restante para processamento nas indústrias paulistas associadas e não associadas.
Como ficará no próximo ano
Segundo dados reportados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a safra 2017/2018 fechou com 1,15 milhão de toneladas. Caso o volume se mantenha estável no novo ciclo, somados a cerca de 35 mil toneladas destinadas ao mercado interno, pode-se estimar a demanda total em 1,18 milhão de toneladas. Dessa forma, os estoques de suco de laranja em 30 de junho de 2019 devem estar ao redor de 146,7 mil toneladas. “Esta será uma safra desafiadora, com características semelhantes às da safra 2016/2017”, afirma Netto.