O preço do milho no mercado interno atingiu este mês o maior valor nominal desde janeiro de 2019, conforme levantamento da Scot Consultoria. Na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos está cotada em R$ 65, sem o frete, alta de 26,2% até o dia 28 de agosto em relação a julho deste ano. Na comparação com igual período do ano passado, a cotação subiu 71,1%, diz a Scot em boletim sobre o grão.
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Segundo a consultoria, a forte exportação do grão e a demanda interna aquecida – com compradores principalmente no setor pecuário e usinas de etanol de milho – são os principais fatores que sustentam as cotações. Além disso, o vendedor restringe a oferta no aguardo de mais altas da commodity.
A Scot informa, ainda, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, que o Brasil exportou, de janeiro a julho, 7,67 milhões de toneladas de milho. Somente em agosto, os embarques externos somaram 4,85 milhões de toneladas (até a terceira semana), com média diária exportada 79,2% maior em relação a julho deste ano, e 2,8% abaixo de agosto de 2019.
A consultoria afirma também que, se o mesmo ritmo de exportação continuar até o fim deste mês, a soma dos embarques deverá alcançar 7,12 milhões de toneladas.
Diante desse cenário, a expectativa de preços para o cereal ainda é de preços firmes e “altas não estão descartadas, a depender do dólar, que afeta diretamente nas exportações”, diz a Scot. A análise acrescenta, porém, que os altos patamares de preço podem travar negócios no mercado interno, limitando a valorização do grão daqui para a frente.