A alta do preço do milho dá sinais de que ainda não arrefeceu. Esta semana, o contrato para maio na B3 bateu recorde, cotado acima de R$ 100 por saca pela primeira vez. Para os produtores, este é um momento de ficar com um olho no campo e outro no mercado, para aproveitar as oportunidades.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria Fernando Henrique Iglesias.
- Na Bolsa de Chicago, o mercado esteve centrado no relatório de oferta e demanda do USDA, que voltou a sinalizar para corte do estoque norte-americano de milho;
- O departamento indicou os estoques finais dos EUA 2020/21 em 1,352 bilhão de bushels. A expectativa do mercado era de 1,346 bilhão de bushels. Em março, o USDA tinha indicado 1,502 bilhão de bushels
- Em um cenário tão justo em relação a estoques, há uma evidente necessidade de uma safra norte-americana de milho cheia, qualquer percalço em relação a clima produzirá enorme volatilidade;
- A conclusão lógica é que o Weather Market que se aproxima será extremamente nervoso em 2021;
- Outro ponto de atenção está na definição da safra da Argentina, que acontece em abril;
- A semana termina com inexpressivo fluxo dos negócios, a oferta de milho permanece restrita em grande parte do país;
- Conforme já retratado anteriormente as dificuldades de abastecimento serão recorrentes até a entrada da safrinha, entre os meses de julho e agosto;
- As negociações envolvendo a safrinha de milho permanecem paralisadas em função das incertezas em meio a todo o atraso do plantio;
- No geral o foco permanece na colheita e no escoamento da soja, com a comercialização do milho relegada ao segundo plano;
- Referencial Campinas superou a marca de R$ 100 por saca CIF ao longo da semana, com acentuadas dificuldades de abastecimento no interior paulista.