Milho

Preço do milho vai subir mais? Confira as perspectivas para esta semana

Mercado internacional tem dificuldade para romper US$ 3,60 por bushel na Bolsa de Chicago. No Brasil, seguem em alta em todas as praças com oferta restrita

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Foto: Pixabay

O milho encerrou a última semana com preços em alta. De acordo com a consultoria Safras, a oferta continua tímida, com o produtor retraído à espera de valores mais altos. O analista Paulo Molinari detalha os fatores que podem mexer com o mercado nos próximos dias. Confira:

Mercado internacional

  • Mercado externo está acomodado. Há uma resistência a US$ 3,60 por bushel na Bolsa de Chicago no contrato de dezembro;
  • Não há seca neste momento que afete o quadro de produtividade no milho nos EUA. As lavouras já estão fora de risco e em processo de maturação;
  • As chuvas em Iowa foram discretas nos últimos 15 dias e podem afetar apenas a soja e não o milho;
  • O foco agora é o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em setembro, que deverá ajustar a produção às perdas ocorridas em Iowa. Elas podem ficar entre 8 e 15 milhões de toneladas;
  • Para o quadro de oferta e demanda, as perdas de Iowa são discretas já que os estoques são elevados e as exportações não avançam;
  • Colheitas devem iniciar em setembro no Meio-Oeste.

No Brasil

  • Mercado interno segue com preços em alta em todas as praças;
  • A polêmica sobre o anúncio de uma decisão que não era oficial – a possibilidade de suspender a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as importações de milho de países de fora do Mercosul – trouxe uma certa tensão psicológica no mercado, mas, de fato, o efeito para os preços é nulo;
  • As importações do Mercosul não dispõe de impostos de importação. As importações de fora do bloco dispõe de algumas tarifas segmentadas devido ao acordo entre os países da região. Contudo, esse imposto nunca foi realmente exercido no milho e, para o mercado interno, nada altera o quadro de abastecimento local;
  • A única opção brasileira extra-Mercosul é o milho norte-americano, que hoje custaria R$ 63 CIF porto brasileiro, além do frete interno. Portanto, mesmo que o governo aprove a importação sem restrições de milho desta origem, os custos ainda são altos;
  • O mercado interno ignorou a medida e as ofertas continuam ajustadas e sem espaço para acomodação interna de preços;
  • De fato, enquanto os produtores não retornarem as fixações, será difícil encontrar um movimento de baixa interna no milho.

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