Agricultura

Novo inoculante para cultivo de feijão vai usar microrganismos brasileiros

O trabalho terá como diferencial o emprego de organismos encontrados na flora do país para atuarem como agentes promotores de crescimento

A empresa Satis firmou convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para a criação de um novo inoculante voltado ao cultivo de feijão.

O trabalho terá como diferencial o emprego de microrganismos vivos encontrados na flora brasileira para atuarem como agentes promotores de crescimento. O objetivo é chegar a um novo produto que melhore a absorção e utilização de nutrientes pelo vegetal.

O acordo prevê o aporte total de quase R$ 600 mil e prazo de 24 meses para execução do projeto. A parceria também envolverá a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), permitindo o desenvolvimento de novos profissionais por meio da concessão de bolsas, uma para graduação completa e outra para pós-doutorado.

“A Satis sempre buscou a pesquisa como um alicerce de seus produtos. Dessa forma, desenvolver parcerias com instituições científicas renomadas é um objetivo estratégico”, destaca o gerente de inovação da empresa, Fabrício Porto.

Tecnologia

Coordenadora do projeto pela UFU, a professora titular do curso de Engenharia Química Miriam Maria de Resende comenta que o desafio de criar um inoculante a partir de microrganismos vivos ocorre graças ao avanço tecnológico das últimas décadas, que vem transformando ideias em soluções reais para o campo.

“Essa parceria busca o desenvolvimento sustentável com inovação disruptiva pela entrada de um novo inoculante, utilizando uma seleção de culturas microbianas que promovem o desenvolvimento eficiente de leguminosas. Esperamos alcançar resultados favoráveis para uma melhor performance de produção, principalmente em segmentos como feijão e a soja. O êxito desse trabalho permitirá, inclusive, uma alta redução no uso de fertilizantes”, diz a coordenadora.

Testes com microrganismos

A Satis será responsável pela realização dos testes agronômicos no seu campo experimental, em Araxá-MG. A prospecção, encapsulação e/ou imobilização das culturas microbianas, bem como seus efeitos, serão desenvolvidos na Faculdade de Engenharia Química da UFU.

Conforme Fabrício Porto, as parcerias da Satis devem se intensificar em 2023, principalmente com o meio acadêmico por influência do Plano Nacional de Fertilizantes. O plano prevê ações de fomento a iniciativas do tipo. Além disso, estes acordos irão possibilitar o desenvolvimento de novas soluções para atender a demandas de diferentes culturas e regiões de plantio no país.

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