Faltando uma semana do término do ano agrícola, a cadeia do agronegócio segue aguardando o anúncio do lançamento do novo Plano Safra.
Segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) a expectativa do governo é que o lançamento ocorra na próxima quarta-feira, 29 de junho. No entanto, o Ministério da Agricultura ainda não confirmou a data e a demora tem sido motivo de preocupação para os produtores rurais.
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Opinião das entidades
De acordo com Fernando Cezar Ribeiro, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal, a demora na definição do Plano Safra impacta diretamente na previsão e no planejamento dos produtores rurais. Sendo assim, esta demora faz com que o produtor postergue a compra de insumos, os investimentos e isso pode causar uma dificuldade na próxima safra. “O setor como um todo está apreensivo”, diz Ribeiro.
O lançamento do Plano Safra 2022/23 será em um período em que a economia do Brasil e do mundo está turbulenta. Os custos de produção estão elevados, alimentos mais caros e o poder de compra do consumidor reduzido.
Antônio Chavaglia, presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) comenta também sobre o assunto:
“O produtor vai ter que pegar um pouco de dinheiro no banco e um pouco fora do banco, se não vir um dinheiro com uma alteração de 100% do que foi ano passado. Dessa maneira, ele fica com sua safra penhorada. Na hora que ele vai buscar fora, ele não tem garantia para dar e depois pegar esse dinheiro fora. Então pode ser que, em alguns casos, o produtor vai diminuir realmente a quantidade de insumos a ser aplicado na próxima safra”.
Deputado avalia situação do Plano Safra
Já o deputado Bohn Gass do PT, diz que a agricultura vem vivendo um momento muito difícil da sua história para produção e os custos estão altíssimos. “O diesel está caro, a ureia está cara, o adubo está caro, a energia está cara e o consumidor tem pouco dinheiro para comprar. Então, nós precisamos ajudar o agricultor a não ter custos tão altos e, ao mesmo tempo, que os consumidores tenham renda para comprar. porque a comida também está cara, destaca Gass.
Na avaliação do deputado, a nova edição do Plano Safra chega sem debate com o setor e, provavelmente, com juros altos.
“Além de estar atrasado, ele não teve debate com a sociedade e não teve debate específico, que sempre teve, com a agricultura familiar, sendo ela a maior parte dos produtores de alimentos,” comenta Gass.
Por fim, o deputado diz que outra coisa esperada pelos agricultores é participação, juros baixos, crédito disponibilizado e em tempo hábil.