– A reunião da manhã (de quarta, dia 20) com a presidente Dilma foi muito dura, mas ela ficou do nosso lado. E ontem à noite, eu brinquei com o ministro Levy: você tem que arrumar dinheiro, eu tenho que arrumar comida! Então, teremos um Plano Safra muito bom – disse a ministra durante encontro com secretários de Agricultura e diretores de instituições dos estados da região Norte.
• EXCLUSIVO: taxa de juros do Plano Safra é 9%
A ministra afirmou que o Plano não trará “nenhum real de redução” para o custeio da safra 2015/2016.
– Não haverá nenhum real de redução em custeio. Nós poderemos ter é boas surpresas. Os ajustes deste ano atingirão todos os segmentos, e com o agronegócio não será diferente em relação aos juros. Mas o setor receberá uma atenção especial. Não porque os produtores são especiais, mas porque é um setor que responde muito rápido nas exportações e no barateamento do consumo interno. Investir na agropecuária não é gasto, é investimento que traz retorno para o país – disse Kátia, durante entrevista na manhã desta quinta.
A data de lançamento do Plano Safra também foi confirmada para o dia 2 de junho.
Agricutura familiar
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), os valores para o Plano Safra da Agricultura Familiar ficarão em torno de R$ 25 bilhões (no ano passado, o montante foi de R$ 24 bilhões), com juros que deverão ficar abaixo da agricultura patronal. Segundo a entidade, a presidente Dilma se comprometeu em assinar o decreto do crédito fundiário no dia do lançamento do plano, 15 de junho, e prometeu regularizar 50 mil imóveis rurais.
Contingenciamento
O Ministério da Agricultura deve perder cerca de R$ 3,276 bilhões de seu orçamento, o equivalente a 28% do total, com o anúncio do contingenciamento prevista para a sexta, dia 22, pelo governo. O contingenciamento total será superior a R$ 70 bilhões, podendo chegar a R$ 80 bilhões.
A equipe técnica do Ministério da Agricultura está se preparando para esse corte, classificado internamente como “razoável”. Do orçamento atual, de R$ 11,7 bilhões, 40,5% são para administração geral (R$ 4,7 bilhões); 18,9% para abastecimento (R$ 2,2 bilhões); 13,3% para previdência do regime estatuário (R$ 1,56 bilhão); 14,2% para promoção da produção agropecuária (R$ 1,6 bilhão); 3,7% para desenvolvimento tecnológico e engenharia (R$ 438 milhões); 1,7% para proteção e benefícios ao trabalhador (R$ 202 milhões); e 2,8% para defesa agropecuária (R$ 330 milhões).
Já o orçamento de investimento será de R$ 42,8 milhões, sendo 88,7% para administração geral (R$ 38 milhões) e 11,3% para tecnologia da informação (R$ 4,8 milhões). Essas verbas são consignadas à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), à Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais (Casemg) e às Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas). Com o contingenciamento, todos esses valores devem sofrer alterações.