A história da família Benedetti tem início na Província de Trento, no norte da Itália, em meados da década de 1880. Pressionados pelas transformações socioeconômicas no continente europeu, eles resolvem deixar o país e buscar melhores condições de vida no Brasil, e se estabelecem nas cidades de Amparo e Serra Negra, em São Paulo.
A partir de sua chegada no maior estado produtor no país à época, a família a trabalhar como meeiros na cafeicultura. Com o dinheiro conquistado, os Benedetti conseguiram comprar glebas de terra na região, iniciando o cultivo do próprio café e de outros alimentos para consumo da família. Após alguns anos, adquiriram a fazenda considerada o “coração da família” até os dias de hoje, com mais de 100 hectares.
Porém, a quebra da Bolsa de Nova York, que resultou na crise do café em 1929, afetou o patriarca da família, Antonio Benedetti. Na época, um produtor de cachaça que devia à Antonio pagou suas dívidas com um alambique, sendo esse o divisor de águas na história da família.
Produção de cachaça
Com o engenho, Antonio e seus filhos começaram a produzir cachaça para consumo próprio e o excedente era comercializado aos vizinhos. Aos poucos, a fama da boa cachaça se espalhou e com isso os Benedetti aumentaram a produção e começaram a vender na região, tornando-se a principal atividade econômica da família.
Assim, até os dias atuais, a família produz cachaça artesanalmente, mantendo a tradição na produção da bebida há quase 100 anos. Jorge Luís Benedetti, da quarta geração de produtores e responsável pelo marketing e novos negócios da fazenda, conta que cada um dos integrantes da família possui sua função dentro da propriedade.
“Meu irmão João Eduardo é o químico responsável pela produção da cachaça; tio Camilo, além de ser mestre-alambiqueiro, cuida da lavoura de cana-de-açúcar e ajuda na produção por ter todo o conhecimento de gerações anteriores. Já o meu primo Luiz Antônio administra o setor de vendas “, diz Jorge.
Ele conta que desde cedo foi criado com os conceitos de negócio e tradição da família. Jorge acredita que essa é uma das coisas que faltam para as novas gerações: colocar a “mão na massa”.
*Com supervisão de Luís Toledo