Nos últimos dez anos, os preços médios dos fertilizantes registram crescimento no segundo semestre, principalmente a partir de julho, quando as importações de adubo se intensificam para acompanhar os trabalhos de plantio da safra de verão. A situação leva a um aumento dos custos de transporte do fertilizante. Além disso, a ineficiência dos portos acaba aumentando os custos do insumo, e tudo isso é repassado ao produtor no preço final.
Considerando que estes fatores estão fora do controle dos compradores, o Rabobank afirma que os produtores devem tentar se proteger do lado do câmbio, que deve atingir R$ 3,30 até o final do ano.
– Não é possível, no curto prazo, controlar o aumento do frete devido à ineficiência logística e a volatilidade dos preços no mercado externo [custo dos insumos] é definida por fatores de oferta e demanda global – diz trecho do relatório do banco.
O Rabobank afirma que duas ferramentas podem ser utilizadas pelos produtores. A primeira é a de trocas de produtos agrícolas, que anula o efeito do câmbio, uma vez que tanto as commodities quanto os fertilizantes são indexados pelo dólar. Nesse caso, o produtor precisa checar se a relação de troca é favorável.
A segunda forma é contratar um hedge, uma operação no mercado financeiro que tem por objetivo proteger o valor de um ativo contra variações do câmbio. No caso, o produtor compraria contratos futuros de dólar antes de adquirir fertilizantes. Se no momento do vencimento do contrato o dólar estiver subindo, ele pagará mais caro pelo adubo, mas receberá um ajuste pela trava do câmbio.
O relatório do banco afirma ainda que existem boas oportunidades de comprar adubos no país, em reais. O Brasil, segundo ele, está com níveis elevados de fertilizantes.